Escrito por: CUT RS
Mas governo Sartori protela a decisão
Em ato público realizado em frente ao Palácio Piratini, a CUT-RS, a CTB, a UGT e Nova Central voltaram a cobrar do governador José Ivo Sartori (PMDB) o envio do projeto de lei que reajusta o salário mínimo regional para a Assembleia Legislativa.
A reivindicação das centrais é um aumento de 11,68%, igual ao índice aplicado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) para corrigir o salário mínimo nacional em janeiro. A manifestação aconteceu no final da manhã desta quarta-feira (3).
Os dirigentes sindicais criticaram a morosidade do governador e lembraram que a demanda vem sendo discutida desde outubro do ano passado com representantes do governo, mas apesar dos debates, nenhum projeto foi encaminhado aos deputados. O reajuste deve entrar em vigor a partir de 1º de fevereiro.
“Já falamos com secretários estaduais, com empresários, mas o governador não nos concedeu até hoje uma audiência para discutir a reivindicação, desrespeitando profundamente os trabalhadores gaúchos”, protestou o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antônio Güntzel.
De acordo com ele, o chamado piso regional é um mecanismo eficiente para aquecer a economia gaúcha. “O reajuste nos salários vai direto para o consumo no comércio local, diferente do que fez o Sartori que foi gastar o dinheiro na Flórida”, comparou. “Mais consumo aqui provoca mais produção, melhora a arrecadação e estimula o crescimento do Estado”, destacou Antônio.
Nova audiência com Biolchi
Antes da manifestação, as centrais foram novamente recebidas no Piratini pelo chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. A reunião foi agendada pelo deputado Elton Weber (PSB), que integra a base aliada do governo na Assembleia. O parlamentar acompanhou o encontro ao lado do secretário do Trabalho e do Desenvolvimento Social, Miki Breier.
Biolchi disse que “esse assunto vem sendo amadurecido desde as negociações do final do ano passado, envolvendo diferentes setores do governo e da sociedade para que o projeto seja o mais representativo possível do diálogo estabelecido até aqui”. Ele afirmou que o projeto de lei deve ser enviado até a semana que vem à Assembleia.
“Mais uma vez, o governo empurrou o mínimo regional com a barriga, adiando de novo a remessa do projeto aos deputados”, lamentou o dirigente da CUT-RS, salientando que Biolchi não antecipou o índice a ser proposto pelo governador.
A expectativa das centrais é que o projeto corresponda ao reajuste do mínimo nacional. “Não vamos abrir mão dos 11,68% porque é fundamental manter a valorização do mínimo regional”, frisou.
A importância do mínimo regional
Cerca de 1,5 milhão de gaúchos recebem mínimo regional, cujas cinco faixas oscilam atualmente entre R$ 1.006,80 e R$ 1.276,00. “São os mais vulneráveis, os que possuem menor organização sindical e os que mais precisam”, explicou Antônio. Os estados aonde os trabalhadores também obtiveram essa conquista são: Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, onde começou.
O mínimo regional é considerado pela CUT-RS um poderoso instrumento de valorização do trabalho, distribuição de renda e redução das desigualdades regionais.