Escrito por: CUT-RS
Manifesto conjunto a Eduardo Leite (PSDB) com propostas para uma política de vacinação do povo gaúcho foi entregue na portaria e funcionário disse que entregaria ao governador
A CUT-RS e centrais sindicais foram, na manhã desta quarta-feira (24), até o Palácio Piratini, no centro de Porto Alegre, para entregar um manifesto conjunto ao governador Eduardo Leite (PSDB) com propostas para uma política de vacinação do povo gaúcho.
O documento foi recebido pelos funcionários da portaria, na sede do governo do Estado, que se comprometeram a levá-lo até o gabinete do governador. Os dirigentes estavam usando máscaras e levaram cruzes nas mãos, simbolizando as vidas perdidas na pandemia.
“Viemos aqui entregar esse manifesto, exigindo que o Estado tenha políticas públicas de controle e segurança sanitária para a população. Estamos muito preocupados com o agravamento da pandemia e precisamos concentrar forças na vacinação em massa para salvar vidas”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. "O atual ritmo lento de vacinação não acompanha o ritmo acelerado da proliferação do coronavírus, o que aumenta o risco de morte para gaúchos e gaúchas", alertou.
Compra de vacinas, testagem, hospital de campanha e quebra de patentes
As centrais defendem a aquisição de vacinas pelo Estado, o que já foi autorizado nesta terça-feira (23) pelos deputados estaduais, "em quantidade suficiente para imunizar toda a população gaúcha".
Além disso, as entidades querem "que se viabilize a ampla testagem e ofereça o necessário socorro às pessoas contaminadas, instalando postos de atendimento emergenciais e hospitais de campanha, e que defenda publicamente a quebra temporária das patentes para viabilizar a universalização da produção de imunizantes".
Retirada da PEC 289 e valorização dos servidores públicos
No documento, as centrais reivindicam também a retirada de PEC 289/2021, do governo Leite, em tramitação na Assembleia Legislativa.
"Em uma situação de tamanha gravidade, é fundamental que o governo do Estado dedique atenção especial aos servidores públicos que atuam na linha de frente no combate à pandemia e que amargam mais de seis anos de perdas salariais. Para além das justas homenagens e o mais que tem merecido reconhecimento da sociedade a esses profissionais, torna-se imperioso a valorização deste trabalho essencial e a concessão imediata de reajuste digno à categoria", ressaltam as centrais.
Auxílio emergencial e programa de garantia de emprego e renda
Os sindicalistas chamam a atenção ainda para a perda de renda de milhões de gaúchos na pandemia. "A crise econômica sem precedentes, provocada pela inabilidade ou incompetência do governo Bolsonaro, com o término do auxílio emergencial e o fim do programa de garantia do emprego e renda contido na MP 936, deixou a população sem perspectivas e submetidas as mais perversas condições de trabalho e totalmente impossibilitada de praticar quaisquer medidas de proteção, como o isolamento social".
Ao final, os dirigentes sindicais, que atuam cotidianamente em diferentes frentes como a defesa do auxílio emergencial para socorrer as famílias mais vulneráveis, exigem do governo federal a implementação de políticas de geração de emprego e renda. Para tanto, as centrais convidaram o governador "a assumir conosco essa pauta, se posicionando de forma contundente como mandatário da quarta maior economia do país".
Suspensão da cogestão e adoção de lockdown com agravamento da pandemia
A ida dos representantes dos trabalhadores e das trabalhadoras ocorreu no momento em que a crise sanitária está se agravando no RS. Nas últimas 24 horas foram registrados 113 óbitos em decorrência da Covid-19, totalizando 11.932 vidas perdidas desde o início da pandemia. Já são 612.191 infectados e a ocupação das UTIs, na Capital, atingiu o recorde de 96,52% este ano. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Mesmo com o agravamento da pandemia, o RS recebeu, até o momento, apenas 704.400 doses de vacina contra o coronavírus, sendo que 476.340 pessoas foram imunizadas: 425.597 com a primeira dose e 50.743 com a segunda.
Frente a esse quadro, as centrais pedem ainda que o governador suspenda a cogestão – mecanismo que permite aos prefeitos adotarem regras mais leves do que as previstas no sistema de distanciamento controlado. “Ante o agravamento da pandemia em todo o Estado e o iminente colapso das emergências hospitalares, entendemos como fundamental a suspensão da cogestão com os municípios, não devendo o governo de Vossa Excelência adotar a mesma prática do governo federal que omitiu-se repassando aos Estados a responsabilidade de conter a pandemia.”
"A persistir o agravamento da atual situação, que hoje já é caótica, conforme dados divulgados pelo próprio governo do Estado, recomendamos a adoção de lockdown, como instrumento de defesa da vida", aponta o manifesto das centrais.
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Assista à transmissão da CUT-RS na porta de entrada do Piratini
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