CUT-RS e centrais preparam greve geral contra a Previdência
Greve geral é resposta da classe trabalhadora contra a ofensiva mentirosa do governo
Publicado: 29 Janeiro, 2018 - 14h40 | Última modificação: 28 Fevereiro, 2018 - 18h28
Escrito por: CUT-RS
Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira (26), a CUT-RS e centrais sindicais definiram a organização da greve geral contra a reforma da Previdência, que o governo golpista de Michel Temer (MDB) pretende colocar em votação no próximo dia 19 na Câmara dos Deputados. Além disso, as centrais decidiram incluir a defesa da democracia, diante dos ataques aos direitos individuais e coletivos evidenciando a formação de um estado de exceção no país. A reunião ocorreu na sede da CTB-RS, em Porto Alegre.
Foi aprovado um calendário de mobilização, bem como uma orientação aos sindicatos para que realizem assembleias com os trabalhadores para decidir a adesão ao movimento. “Se votar a reforma da Previdência, é greve geral contra a reforma da Previdência e em defesa da democracia. O Brasil vai parar”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo
“A greve geral de 28 de abril do ano passado foi vitoriosa, pois forçou o governo ilegítimo a retirar da pauta a reforma da Previdência, impedindo que entrasse em votação no plenário da Câmara. Por isso, temos que usar novamente esse poderoso instrumento de pressão para manter o direito à aposentadoria e defender a democracia que vem sendo destruída pelo golpe”, destaca.
Não existe rombo da Previdência
Para ele, a greve geral é a única resposta da classe trabalhadora contra a nova ofensiva de propaganda mentirosa do governo para acabar com o direito de se aposentar com dignidade. “Não existe rombo ou déficit, como já foi comprovado pela CPI na Previdência, presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS). O que existem são dívidas milionárias de empresas que não pagam, muita sonegação, renúncia fiscal e desvio de 30% dos recursos por mês para outras áreas, através da Desvinculação das Receitas da União (DRU)”, enfatiza Nespolo.
“Essa reforma não corta privilégios, mas retira direitos e desmonta a previdência pública para favorecer os planos de previdência dos bancos, que financiaram o golpe e querem aumentar ainda mais os seus lucros gigantescos”, aponta o dirigente da CUT-RS. “Os deputados e os senadores que votarão a favor dessa reforma perversa podem ter absoluta certeza de que nunca mais serão eleitos para nenhum mandato, nem para síndico de edifício”, avisa. “O trabalhador e o aposentado vão marcar na paleta cada parlamentar que apoiar essa reforma e nós nos encarregaremos de lembrá-los para ninguém se esqueça”.
Defesa da democracia
O presidente da CUT-RS propôs também a inclusão da defesa da democracia. “Não podemos ficar indiferentes ou omissos neste momento histórico em que os ataques aos direitos disparam por todos os lados”, alerta. “A condenação sem crime e sem provas do ex-presidente Lula abre caminho para concluir a aplicação da agenda neoliberal, anunciada na chamada ‘ponte para o futuro’, assaltando o estado, os direitos e o futuro do Brasil”, explica.
“Se hoje estão fazendo uma caçada jurídica e midiática contra o Lula, amanhã poderão fazer o mesmo contra qualquer pessoa, jogando no lixo o estado democrático de direito, conquistado com muita luta ao longo da história do Brasil”, destaca Nespolo. “A democracia é um valor fundamental para a classe trabalhadora, ao contrário das elites golpistas deste país, que só pensam em ganhar dinheiro e isso se realiza em qualquer regime”, compara.
Calendário de mobilização
6 de fevereiro – ato às 4h30 no Aeroporto Salgado Filho, com concentração no Sítio do Laçador, seguido de caminhada nos dois terminais para pressionar os deputados no embarque para Brasília
9 de fevereiro – reunião das centrais, às 9h30, com a participação das federações e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, no auditório da Fecosul, para definir os próximos passos
16 de fevereiro – plenária de mobilização das centrais sindicais, junto com as federações e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, às 10h, no auditório do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.
19 de fevereiro – data indicativa de votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados.