Escrito por: CUT-RS
"Vamos criar um clima de greve geral e avisar que a hora de parar é agora"
Em reunião ocorrida na tarde desta quinta-feira (6), na sede da UGT, em Porto Alegre, a CUT-RS e centrais sindicais se uniram para preparar a greve geral de 28 de abril no Rio Grande do Sul contra as reformas da Previdência, Trabalhista, a Terceirização e por nenhum direito a menos. Estiveram presentes dirigentes da CUT, UGT, CTB, Força Sindical, Nova Central, Intensindical e CSP-Conlutas.
Após debates, foi aprovado por consenso uma agenda de mobilização para “criar um clima” de greve geral nos trabalhadores e na sociedade, a fim de fazer uma paralisação histórica contra os ataques do governo Temer. Haverá também reuniões com setores estratégicos, como o transporte, mas foi ressaltado que todos os ramos de atividade são fundamentais e imprescindíveis para o sucesso da mobilização.
“Consolidamos a unidade das centrais, o que é muito importante para construir um movimento forte, coeso e unificado, visando tirar a greve geral da clandestinidade, uma vez que quase não temos espaço na imprensa, e envolver todas as categorias de trabalhadores e em todas as regiões do Estado”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Foi definido que, além dos jornais dos sindicatos, haverá panfletagens de materiais unitários das centrais, afixação de cartazes e circulação de carros de som em locais de grande movimentação de pessoas.
“Vamos criar um clima de greve geral e avisar que a hora de parar é agora, a fim de dar um basta ao roubo dos direitos dos trabalhadores”, enfatizou o presidente da CUT-RS. “Não temos mais tempo a perder para derrotar a fúria das elites”, enfatizou.
Agenda unitária de mobilização
10/04 – reunião nacional do transporte, em São Paulo;
13/04 – 9h: nova reunião das centrais sindicais, na sede da Força Sindical, em Porto Alegre;
13/04 – 11h: reunião estadual do transporte, na sede da Força Sindical, em Porto Alegre;
20/04 – 15h: panfletagem unitária no centro de Porto Alegre;
26/04 – 9h: plenária de mobilização das centrais sindicais, em Porto Alegre;
26/04 – 11h: coletiva de imprensa das centrais sindicais, em Porto Alegre.
28/04 – greve geral
Parar o Brasil para derrotar as antirreformas de Temer
Claudir destacou também a importância das assembléias dos sindicatos e plenárias de mobilização nos municípios para conscientizar os trabalhadores sobre a necessidade de participar da greve geral. “Ninguém está livre de sofrer os ataques dos donos do capital aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários”, apontou. “Estamos todos e todas no mesmo barco e só lutando com unidade e mobilização nós podemos salvar as nossas conquistas.”
Para o presidente da CUT-RS, “a greve geral é uma baita oportunidade que temos para barrar a ofensiva das federações empresariais, que financiaram o golpe e agora cobram a fatura, que é retirar direitos históricos da classe trabalhadora. Não temos outra saída a não ser parar o Brasil para derrotar as antirreformas do governo Temer”.
As centrais salientaram que a greve geral será também um recado aos deputados e senadores que apóiam o governo Temer no Congresso Nacional. “Estamos marcando na paleta quem vota contra os trabalhadores, pois terão os nomes divulgados nas suas bases eleitorais para que não sejam reeleitos em 2018”, disse o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antonio Güntzel.
Reajuste de 8,2% no mínimo regional
Na próxima terça-feira (11), o projeto de lei (PL 6/2017), que prevê o reajuste do salário mínimo regional, começa a trancar a pauta de votação do plenário da Assembleia Legislativa. Enviado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) aos deputados, o projeto estabelece aumento de 6,48%, igual ao índice do mínimo nacional e abaixo da variação de 6,58% do INPC em 2016.
As centrais farão um corpo a corpo com os deputados desde o início da manhã e reiteram a necessidade de que seja apresentada pelos deputados uma emenda com o índice de 8,2%, com o objetivo de repor a perda de 1,52% correspondente ao reajuste abaixo da inflação em 2016. A sessão do plenário começa às 14h.
“O chamado piso regional é um poderoso instrumento de distribuição de renda para os trabalhadores que recebem os menores salários no Estado, bem como representa um fator de redução das desigualdades e estímulo para o consumo e a produção, aquecendo a economia gaúcha”, justificou Antônio.