Escrito por: CUT-RS
Objetivo é pressionar senadora a votar contra reforma Trabalhista
O Senado pretende colocar em votação na próxima terça-feira (11) em plenário o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017, já aprovado na Câmara dos Deputados. Trata-se da reforma trabalhista do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).
Com o objetivo de pressionar a senadora Ana Amélia Lemos (PP), para que vote contra esse projeto apoiado pelas federações empresariais, a CUT-RS fará uma vigília, a partir das 14h, em frente à sede estadual do Partido Progressista (PP), localizada na Praça da Matriz, no centro de Porto Alegre.
“Chegou a hora derradeira do futuro da CLT e vamos pressionar os senadores gaúchos até o último minuto para salvar os direitos trabalhistas da classe trabalhadora”, afirma o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
No mesmo dia, as entidades sindicais também farão vigílias semelhantes em frente às sedes municipais do PP ou nos escritórios políticos da senadora no interior do Rio Grande do Sul. “Estaremos mobilizados na Capital e no Interior para exigir que a senadora vote contra essa reforma que representa uma volta ao século 19”, explica Claudir.
Para o dirigente da CUT-RS, a senadora tem que honrar os compromissos assumidos com o povo gaúcho na campanha eleitoral. “Ela nunca falou que iria retirar direitos, mas disse que cuidaria das pessoas. Por isso, a nossa pressão é para que a Ana Amélia cumpra com o que prometeu. A senadora não foi eleita para acabar com o futuro de quem trabalha”.
Precarização do trabalho
Caso essa reforma seja aprovada no Senado, bastará a sanção de Temer para implementar um projeto que não vai gerar empregos, mas irá acabar com a carteira assinada para milhões de trabalhadores.
A reforma irá permitir a jornada intermitente (o trabalhador só recebe pelas horas trabalhadas), a ampliação do contrato de trabalho temporário (de 3 meses para 6 meses), do contrato por tempo parcial (de 25 para 30 horas semanais) e ao possibilitar negociar 13 direitos fundamentais entre patrões e empregados em termos piores do que prevê a CLT (o chamado negociado sobre o legislado).
“A precarização do trabalho vai empobrecer os trabalhadores, aumentando a miséria e a exclusão social. Vai ainda reduzir a arrecadação do INSS, escancarar a terceirização e a pejotização, provocando o maior retrocesso social na história do Brasil”, alerta Claudir.
De olho na bancada gaúcha no Senado
A senadora Ana Amélia Lemos (PP) votou a favor do projeto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado.
O senador Lasier Martins (PSD) também está sendo pressionado, uma vez que ficou em cima do muro e se absteve na votação do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mesmo após afirmar em reunião com as centrais sindicais, no dia 19 de junho, em Porto Alegre, que votaria contra as reformas trabalhista e da Previdência.
Já o senador Paulo Paim (PT) tem sido um guerreiro incansável na luta contra as reformas trabalhista e da Previdência. Ele ainda votou contra o projeto na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
“Não vamos dar sossego e marcaremos na paleta quem votar contra os interesses dos trabalhadores. Não esqueceremos”, avisa Claudir.