Escrito por: CUT RS

CUT-RS rejeita fim do isolamento contra Covid-19 e reforça ações de solidariedade

O Rio Grande do Sul registrou nesta quarta-feira (22) um total de 970 contaminados em 100 municípios, dos quais 640 estão recuperados

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A CUT-RS defende a continuidade do isolamento social contra a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e mantém a distribuição de cestas básicas de alimentos, em parceria com o Sinpro-RS, o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e a Adufrgs Sindical, para auxiliar as famílias vulneráveis na periferia da capital gaúcha.

“O que tem reduzido o número de infectados e de mortos em vários países é o cumprimento das recomendações sanitárias da Organização Mundial de Saúde (OMS), como lavar as mãos com sabão, ficar em casa e proteger a vida dos profissionais de saúde e dos trabalhadores em serviços essenciais”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. "Além disso, é fundamental preservar os empregos, os direitos, a renda das pessoas e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS)", destacou.

O Rio Grande do Sul registrou nesta quarta-feira (22) um total de 970 contaminados em 100 municípios, dos quais 640 estão recuperados. Agora são 302 pacientes infectados e infelizmente 28 mortos, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.

“O governador e os prefeitos não podem ceder às carreatas de empresários irresponsáveis, que pressionam para acabar com as restrições impostas e voltar à normalidade, uma vez que não chegamos ao ‘pico’ da pandemia no Brasil e ainda temos que enfrentar aqui o frio do inverno gaúcho que se aproxima”, salientou Amarildo.

Ações de solidariedade

Nesta quarta, a CUT-RS promoveu a distribuição de 90 cestas básicas nos bairros Vila Safira, Humaitá, Cruzeiro e Partenon, na Ocupação 21 de abril, no bairro Sarandi, e na Associação Socioambiental Irmão Antonio Cecchin, no bairro Navegantes.

Desde o início da campanha de solidariedade, já foram entregues mais de oito toneladas de alimentos saudáveis produzidos pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt).

Houve também a distribuição de máscaras de algodão orgânico e reutilizáveis, que foram confeccionadas pela Cooperativa de Costureiras Unidas Venceremos (Univens), do bairro Sarandi.

"Seguimos trabalhando, porém com dificuldades para vender os materiais recicláveis. Por isso, essas doações vieram em boa hora. Estamos sobrevivendo graças às cestas básicas doadas pela CUT e pelos sindicatos. Se não fosse essa ajuda, a nossa situação seria de desespero", desabafou Roseli Maria Nunes, coordenadora do Centro de Reciclagem Codesc, no bairro Humaitá.

As doações foram acompanhadas pelo ativista social e integrante do Centro de Integração Paulo Paim (CIPP), Leonel Carvalho. Para ele, a solidariedade da CUT-RS é fundamental para a sobrevivência de muitos recicladores em situação de vulnerabilidade social.

Socorrer os trabalhadores que mais precisam

“Neste momento em que o governo Bolsonaro se omite das suas responsabilidades, que é cuidar da população, principalmente aquela com subemprego e que depende da roda do mercado em movimento, nós e os movimentos sociais estamos fazendo o possível para ajudar, a fim de que as famílias vulneráveis não sofram ainda mais, para que tenham pelo menos alimento na mesa e, com isso, estejam fortes para enfrentar o que vem pela frente”, disse a diretora do Sinpro-RS, Margot Andras.

"Temos de parabenizar os catadores pelo trabalho fundamental que fazem, especialmente no combate à poluição e à preservação do meio ambiente. Sabemos que o momento é de dificuldade e que, no fundo, a responsabilidade de ajudar a população carente compete ao poder público, mas, como nós podemos e queremos, vamos ajudar sempre que possível", destacou o vice-presidente da CUT-RS e presidente do SindBancários, Everton Gimenis.

Cesta básica 2

"É fundamental mostrarmos que as organizações sindicais estão aqui para socorrer os trabalhadores, em especial nesse período de pandemia. Queremos levar alimentos saudáveis das propriedades rurais e das cooperativas para as mãos de quem trabalha. Se não fosse a campanha de solidariedade que estamos desenvolvendo, em conjunto com outras entidades sindicais e a CUT-RS, esses alimentos estariam parados, estocados em centros de distribuição da agricultura familiar, ou ainda nas propriedades, em razão do fechamento dos tradicionais canais de comercialização da agricultura familiar, em especial a merenda escolar e as feiras locais", disse o diretor da Adufrgs Sindical, Jairo Bolter.

O presidente da CUT-RS frisou que "é triste ver que a fome está crescendo em nosso país e que, tanto o prefeito Nelson Marchezan Jr. quanto o governador Eduardo Leite, ambos do PSDB, não fazem nada para combatê-la". Para ele, a solidariedade não pode parar, ainda mais durante a pandemia, enquanto continua a resistência e a luta da classe trabalhadora às políticas nefastas dos governos neoliberais e fascistas.