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CUT-SC repensa as ações de resistência na 15ª Plenária

Na abertura, a unidade com o movimento social e o repensar das ações deram o tom.

Publicado: 19 Julho, 2017 - 23h49 | Última modificação: 19 Julho, 2017 - 23h59

Escrito por: Sílvia Medeiros / CUT-SC

Fotos: Denner Ovidio/ CUT-SC
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Teve bispo, operário, deputada, caboclo, índio e guerrilheira na mística de abertura oficial da 15ª Plenária e Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-SC . Os personagens fizeram parte da mística de abertura que resgatou as lutas e lutadores de Santa Catarina e aconteceu no final da tarde do dia 19 de julho, no Hotel Canto da ilha em Florianópolis.

Com o sentimento de unidade e resistência que a mesa de abertura contou com a presença de Gilmar Mauro, liderança nacional do Movimento dos Sem Terra – MST, Nauro Velho, liderança estadual do MST, parlamentares catarinenses que fazem a defesa da pauta dos trabalhadores Décio Lima, Luciane Carminatti, Ana Paula Lima e Dirceu Dresch, da vice-presidenta da CUT nacional Carmen Foro, do representante da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas – CSA, Rafael Freire e da presidenta da CUT-SC, Anna Julia Rodrigues.

Em sua fala, Anna Julia destacou o quanto de luta foi feito nesse período e como ainda se tem o sentimento que há muito por fazer. “Construímos essa plenária dentro de uma conjuntura muito dura. Em pouco tempo vimos os nossos direitos serem roubados e saímos com o sentimento que pouco fizemos para resistir. Mas quando pegamos a história e resistência que enfrentamos nesse último período, temos a dimensão do quanto foi feito e mesmo assim, novos desafios foram surgindo”, refletiu Anna.



Carmen Foro justifica que exatamente pelo estado de exceção que vive a sociedade, com profundo ataque aos direitos, que a direção da CUT nacional resolveu fazer um Congresso Extraordinário. “ Precisamos começar um novo ciclo de luta, nos dedicar a entender e compreender os impactos dessas mudanças em nossa trajetória  enquanto classe trabalhadora. Temos que ser capazes de nos reinventar!”, provocou Carmen.

Para o dirigente do MST nacional, Gilmar Mauro, existem muitas avaliações que precisam ser feitas pelo movimento sindical e movimento social. Para ele, não foi por falta de luta que os trabalhadores e trabalhadoras estão perdendo a batalha, mas pela força do capital que impõe derrotas para a classe trabalhadora. Mauro destacou que o movimento de esquerda precisa fazer um balanço, pensar estratégias e partir para ação.  

“Estamos celebrando nesse ano os 100 anos da Revolução Russa. É preciso recuperar quais aspectos positivos temos desse momento, estudar e nos apropriar para formar uma nova geração de lutadores e lutadoras, que talvez tenham condições melhores do que nós. Agora é o tempo de nos arriscarmos, de corrigir nossas falhas e de ter perseverança e paciência”, frisou Mauro.

Para Rafael Freire não há duvida que o movimento sindical CUTista está do lado certo da história. “Se vivêssemos na época das inquisições, nós seriamos os contrários. Se vivêssemos na época da escravidão, a gente estaria contra a escravidão. Se vivêssemos no período fascista de Hitler, seriamos os opositores as atrocidades feitas contra o povo. Se a gente vivesse no período da ditadura, e alguns de nós viveu, resistiríamos, como resistiu muitos de nós. Não há do que duvidar que a resistência que fazemos contra o golpe de estado nos mostra que escolhemos o lado certo para lutar”.

Além da mesa de abertura, durante a tarde os delegados e delegadas, divididos em grupos de trabalho, fizeram o debate do texto tese da CUT nacional e o texto da CUT estadual. O evento continua durante a quinta-feira, com o dia cheio de avaliações e discussões sobre os novos rumos do movimento sindical e a continuidade da luta em defesa da classe trabalhadora.