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CUT solidária à KCTU contra o desgoverno sul-coreano

Por organizar protesto, presidente da central é condenado a 5 anos de prisão

Publicado: 04 Julho, 2016 - 11h49 | Última modificação: 04 Julho, 2016 - 21h50

Escrito por: Leonardo Severo

KCTU
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CUT-Brasil se soma à luta do sindicalismo sul-coreano por liberdade e justiça

Trabalhadores protestam contra abusos e atropelos do governoTrabalhadores protestam contra abusos e atropelos do governoRepresentando a Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil), José Celestino Lourenço (Tino) participou nesta segunda-feira, em Seul, da manifestação pela libertação do presidente da Confederação Coreana dos Sindicatos (KCTU), Han Sang Gyun, de mais seis sindicalistas encarcerados em presídios sul-coreanos e outros 20 mantidos sob custódia. A secretária-geral Lee Young Joo está detida na sede da KCTU desde novembro do ano passado.

Encarcerado desde dezembro de 2015, Han Sang Yun foi condenado de forma injusta e absurda a cinco anos de prisão em razão de suas atividades para organizar a greve e a manifestação nacional contra a reforma trabalhista neoliberal impulsionada pelo governo do presidente Park Geun-Hye. Entre as acusações do governo direitista contra o dirigente estão a “obstrução especial de dever público”, “obstrução geral do tráfego” e “incentivar a luta contra a reforma da lei trabalhista que flexibiliza direitos dos trabalhadores”. Mais claro impossível.

“Em primeiro lugar, Fora Temer. Temer é o presidente interino, golpista e usurpador do estado de direito no Brasil. Trago uma saudação da CUT Brasil e estou aqui para prestar nossa solidariedade ao companheiro presidente da KCTU e a todos os companheiros detidos injustamente”, afirmou Tino em sua saudação. Conforme lembrou o dirigente, “a CUT-Brasil tem como princípio a defesa do direito de organização desde o local de trabalho, bem como a defesa do direito de greve, de manifestação, de negociação coletiva, como definem as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT)”. Por isso, enfatizou, “no Brasil, como aqui, não aceitamos a tentativa da implantação de uma nefasta reforma neoliberal que retira direitos da classe trabalhadora para aumentar ainda mais os lucros dos capitalistas”. “Basta de retrocesso. Exigimos a libertação imediata do nosso companheiro e que seja feita justiça em nome da democracia. Liberdade para Han Sang Gyun. Até a vitória e viva a unidade da classe trabalhadora”, declarou.

Manifestantes tomam as ruas de Seul para exigir liberdadeManifestantes tomam as ruas de Seul para exigir liberdadeO secretário de Relações Internacionais da CUT, Antonio Lisboa, informou que a central vai acionar os organismos internacionais como a OIT e a comissão de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) para que barre a sequência de abusos e atropelos cometidos pelo governo sul-coreano. “Não vamos permitir a continuidade de tantos e tamanhos abusos contra os trabalhadores, contra a sociedade e contra a própria democracia para favorecer a ganância de uns poucos empresários”, destacou.

O presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Antonio Felicio, assinalou que a entidade se empenhará em fazer ecoar as palavras por liberdade e justiça para os sindicalistas sul-coreanos por todo o planeta. “A unidade e a mobilização da classe trabalhadora são fundamentais para fazer valer os nossos direitos, barrar retrocessos e garantir a construção de uma nova sociedade em que os interesses de uma elite parasitária não se sobreponha aos da coletividade”, concluiu.