Escrito por: Marize Muniz
O ex-presidente Lula tem mais votos do que a soma dos 13 adversários pesquisados pelo Instituto. Ainda se houvesse segundo turno, ele derrotaria qualquer outro candidato
Mesmo preso há 52 dias e atacado ferozmente pela mídia golpista, o ex-presidente Lula mantém a vantagem sobre os demais candidatos a presidente da República e seria eleito no primeiro turno se as eleições fossem hoje. E se houvesse segundo turno, Lula também derrotaria qualquer adversário por ampla margem de votos.
No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados aos entrevistados, Lula alcançou 39% das intenções de voto contra 30% das soma dos adversários, mostra pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 19 a 23 de maio e divulgada nesta segunda-feira (28).
O diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, chama a atenção para o pífio desempenho dos candidatos ligados ao ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) que, juntos com o presidente, deram o golpe de estado e levaram o Brasil para o caos atual.
“Apesar do proselitismo de parte da imprensa brasileira, eles patinam em índices muito baixos. Entre eles, o que mais chama a atenção é o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que está aquém do que alcançaram outros candidatos tucanos no passado”.
“Parece que a opinião pública não perdoa o comportamento do partido de 2014 para cá”, diz Coimbra.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os brasileiros não esquecem que Lula aqueceu a economia, gerou mais de 20 milhões de empregos e distribuiu renda, apesar da crise de 2008 que derrubou bolsas em todo o mundo e levou a economia da Europa e dos Estados Unidos à bancarrota.
“O que temos agora são quase 14 milhões de desempregados, fora os subempregados, aumentos absurdos da gasolina, diesel e gás de cozinha e um governo acuado, desacreditado e sem capital político sequer para negociar o fim de uma mobilização de caminhoneiros”, pontua Vagner.
Na pesquisa estimulada, o segundo colocado, com praticamente um terço das intenções de voto de Lula, está o deputado Jair Bolsonaro (PSL), com 12%; seguido de Marina Silva (Rede), com 6%; Ciro Gomes (PDT), com 4%; Geraldo Alckmin (PSDB), com 3% e Álvaro Dias (Podemos), com 2%.
Henrique Meirelles (MDB-GO), Manuela D’Ávila (PC do B) e João Amoedo (Novo-RJ) têm cada um 1% das intenções de votos. Já Flávio Rocha (PRB-RN), Guilherme Boulos (Psol-SP), João Vicente Goulart (PPL), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Paulo Rabelo de Castro (PSC) não pontuaram. O percentual dos que não vão votar em ninguém, brancos e nulos totalizou 21% e não sabem ou não responderam, 9%.
No Nordeste, Lula tem 56% das intenções de votos, contra 7% de Bolsonaro e Ciro, que empatam na Região; Marina tem 6% e Alckmin apenas 1%. Os demais não pontuaram. No Sul, 31% dos entrevistados votariam em Lula, 18% em Bolsonaro e 10% em Álvaro Dias; Marina e Ciro empatam, com 4% cada e Alckmin aumenta para 2%, empatando com João Amoedo. Meirelles, Manuela e outros têm 1%.
Pesquisa espontânea
No cenário espontâneo, Lula também está bem na frente dos demais candidatos. O ex-presidente tem 34% das intenções de votos, Bolsonaro surge em segundo lugar, com 10%; Ciro e Alckmin voltam a empatar, com 3% cada; Marina e Joaquim Barbosa, que desistiu da candidatura, surgem com 2% cada; e Álvaro Dias, com 1%. E 5% dos entrevistados disseram que vão votar em outros, 25% ninguém, brancos e nulos, e 16% não sabem ou não responderam.
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, Lula venceria todos os adversários com larga vantagem. Venceria Marina com 45% contra 14% da candidata da Rede; Já contra Alckmin e Bolsonaro, Lula alcançaria 47% dos votos contra 11% e 16%, respectivamente.
A pesquisa CUT/Vox Populi foi realizada com brasileiros de mais de 16 anos, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, de todos os estratos socioeconômicos.
Foram ouvidas 2.000, em entrevistas feitas em 121 municípios. Estratificação por cotas de sexo, idade, escolaridade e renda.
A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
Confira abaixo a íntegra da pesquisa: