Escrito por: Lu Sudré Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Dados preliminares apontam queda de 470 mil matrículas na rede pública de ensino

Informações do Censo Escolar da Educação Básica de 2020 consideram estudantes do ensino fundamental e EJA

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Resultados preliminares do Censo Escolar da Educação Básica de 2020, publicados em portaria do Ministério da Educação no último dia 28, apontam queda de 470.545 matrículas no ensino básico nacional em comparação com os dados consolidados de 2019.

As informações se referem às matrículas estaduais e municipais no ensino regular, incluindo creches, pré-escolas, ensino Fundamental e ensino Médio, assim como as matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA). O levantamento abrange as matrículas urbanas e rurais, assim como as vagas em tempo parcial e integral.

Segundo os números, a maior redução de matrículas ocorreram no ensino fundamental. Enquanto em 2019, somando vagas parciais e integrais, eram 21.413.391 matrículas, em 2020 são 21.150.398, ou seja, 262.993 a menos.

Outra diminuição considerável é nas matrículas do EJA em todo país, que apresenta queda de 234 mil 689 vagas divididas entre fundamental e médio.

Na Educação Infantil, a diminuição de matriculas em creches e pré-escolas foi de 861 vagas. Já o Ensino Médio foi o único que registrou um aumento: são 27.998 matrículas a mais do que ano passado.

O Censo 2019 registrou um total de 36.611.223 matrículas, enquanto o deste ano apontam 36.140.678. Após a divulgação dos dados preliminares, os gestores das unidades de ensino públicas têm trinta dias para conferir, complementar ou corrigir as informações, caso necessário.

Finalizada a retificação dos dados, as informações são divulgadas de maneira definitiva no Diário Oficial da União (DOU). A publicação final está prevista para dezembro.

Covid-19

A sistematização preliminar do número de matrículas não considera os impactos da pandemia do novo coronavírus e da suspensão das aulas presenciais.

A evasão escolar é uma grande preocupação diante do atual cenário e é uma questão histórica quando se trata dos anos finais do ensino fundamental. Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país não atingiu o indicador considerado adequado em relação às matrículas do 6º ao 9º ano em 2019. O processo vem acontecendo desde 2016.