Escrito por: Redação RBA

Damous afirma que Lula não quer saber de indulto

Após visitar Lula em Curitiba, onde está preso desde abril, o deputado e ex-presidente da OAB-RJ, que também é advogado do ex-presidente, disse que ele quer provar sua inocência na Justiça

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O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) visitou na tarde de hoje (18), na condição de advogado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba, onde está preso no prédio da Polícia Federal desde abril. Após o encontro, Damous disse em entrevista que o ex-presidente rejeita com veemência a hipótese de que venha a receber um indulto por um eventual futuro governo.

“Ele agradece a boa intenção, mas reafirma que quer ver provada e ver reconhecida sua inocência. Ele não quer saber de indulto”, disse Damous, também ex-presidente da seção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O parlamentar argumentou que Lula não quer “confundir a intenção do indulto com o reconhecimento de culpa”, e sim que os tribunais apreciem os argumentos de sua defesa e o reconheçam inocente.

O tema vem sendo abordado de forma insistente pela mídia comercial, que chegou a questionar o candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, se concederia o benefício ao ex-presidente. Na ocasião, Haddad reafirmou a intenção de Lula. Disse que não daria o indulto, pois Lula é inocente e quer ver isso provado.

A boa intenção relatada por Lula a Damous faz referência ao candidato Guilherme Boulos (Psol), que, ainda hoje, defendeu a liberdade do ex-presidente. “Defender Lula diante de uma condenação injusta é defender a democracia (…) Foi uma condenação sem provas, com base em delações”, disse. O candidato do Psol ainda defendeu o indulto para outros presos, alvos de uma justiça seletiva. “Daria indulto também a Rafael Braga, preso por portar Pinho Sol”, completou.

Eleições

Lula, de acordo com Damous, conversou sobre a campanha do PT e reafirmou que a estratégia tem seguido caminho correto. “Ele está muito contente com os resultados de pesquisas que mostram Haddad avançando. Quanto mais o povo tem conhecimento do apoio de Lula, mais tem ciência de que Haddad é o substituto de Lula. Isso é a prova de que a estratégia que ele montou e que o PT seguiu foi coerente”, afirmou.

“Apresentar Haddad depois de esgotados todos os recursos na Justiça Eleitoral que, infelizmente, rasgou a Constituição, foi correto. Haddad é o nosso candidato e Lula pede dedicação, pois ele não representa só Lula, mas também o programa de governo, o PT e as necessidades do povo brasileiro de sair desse atoleiro”, concluiu.