Defendida por Bolsonaro, Copa América trouxe ao Brasil nova cepa do coronavírus

A Copa América disputada no Brasil, encerrada neste sábado (10) e defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, trouxe ao país, pelo menos, uma nova cepa do coronavírus para o país. De acordo com informações dos jornais Folha de S.Pauloe Estado de S.Paulo, o Instituto Adolfo Lutz identificou dois casos da variante B.1.621 entre 12 exames realizados.

As variantes foram identificadas no estado do Mato Grosso, com resultado divulgado no último sábado (10). Entre os 12 sequenciamentos genéticos de amostras para identificação das cepas do vírus, outros 10 identificaram a variante gama, encontrada pela primeira vez no estado do Amazonas.

Os testes positivos foram de um colombiano e um equatoriano. Colômbia e Equador se enfrentaram na Arena Pantanal, em Cuiabá, na abertura do torneio, em 13 de junho. No último balanço divulgado pela Conmebol, em 24 de junho, 166 pessoas relacionadas à Copa América estavam com o vírus. Os Estados mandaram para o instituto fazer a sequência de amostras coletadas dos jogadores, comissão e delegações dos países.

Ainda pouco estudada, a variante encontrada em Cuiabá é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como em alerta para mais monitoramento. Ela é originária da Colômbia, mas já chegou no Caribe, nos Estados Unidos e em algumas localidades da Europa.

Casos na Copa América

Com o encerramento da Copa América, após o título da Argentina, o torneio deixou um legado de 179 casos positivos de covid-19 entre os participantes. Destes, o sequenciamento genético foi realizado em 38, sendo que para 22 o processo já foi concluído e o resultado foi de variante gama.

Confirmada no Brasil a 13 dias de sua estreia, a Copa América foi trazida ao Brasil pelo presidente Jair Bolsonaro. Na época,o país registrava média móvel de mortes por covid-19 de quase 1.900 pessoas e contabilizara 209 mil óbitos só nos três meses anteriores. Com a rejeição, quatro patrocinadores optarem por não expor suas marcas.

Ao jornal O Globo, o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) afirmou que num período tão curto, de 29 dias, a taxa de infecção é altíssima. “Se a gente fizesse um acompanhamento da população em geral neste mesmo período seria muito mais baixo”, explicou.

Na noite do último domingo (11), o Ministério da Saúde se manifestou, através do Twitter. Classificou a Copa América no Brasil como um “sucesso” e, de maneira mentirosa, associou a queda de casos de covid-19 no país à realização do torneio.