Escrito por: Redação CUT
Considerada mais transmissível, variante Delta já corresponde a mais da metade das amostras analisadas no estado, onde os leitos de UTI estão lotados
Os casos de Covid-19 provocados pela variante Delta do novo coronavírus avançam no Rio de Janeiro e a capital fluminense se tornou o “epicentro” da cepa indiana no Brasil.
Seis cidades do Rio estavam com 100% de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para Covid-19 nesta segunda-feira (16). São elas: Itaguaí, na Região Metropolitana, Nova Friburgo e Cantagalo, na Região Serrana, e Bom Jesus do Itabapoana, Itaperuna e Miracema, no Noroeste Fluminense.
Com a explosão de casos, aumentaram as demandas por atendimento nas emergências do sistema de saúde público e privado.
A situação do Rio é um alerta para o restante do país, onde já foram registrados mais de 700 casos de pessoas infectadas pela variante Delta.
Apenas em 15 dias, segundo a Associação de Hospitais Privados do Estado do Rio, a procura pelas emergências particulares aumentou de 30% a 40%. Esse aumento reflete também no número de ocupação de leitos de UTIs, que passou dos 62% na semana passada para os atuais 68%.
Considerada mais transmissível, variante Delta já corresponde por mais da metade das amostras analisadas tanto no estado, com 60,3%, quanto na capital, com cerca de 56,6%.
A situação também é preocupante na rede pública. Só na capital fluminense, a taxa de ocupação em leitos para Covid-19 bateu os 91%. Enquanto no interior, segundo informações do O Globo, há seis cidades com vagas de terapia intensiva esgotadas, no momento em que o governo do estado aciona seu Plano de Contingência para fazer frente a uma piora da situação.
Neste domingo (15), a taxa de ocupação de UTIs era de 100% em quatro cidades: Belford Roxo; Bom Jesus do Itabapoana; Cantagalo; Miracema.
Em Duque de Caxias, Itaguaí e Teresópolis, a taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva beira os 80%. Em Nova Friburgo, é de 85%. A média no estado, considerando todos os municípios, é de 67%.
Cinco pacientes esperavam na fila por um leito na manhã de domingo na capital. A taxa de ocupação era de 95%, situação que a Fiocruz classificou como “muito crítica” na semana passada.
A Prefeitura, por sua vez, informou que abriu 60 leitos de Covid -19 e que a situação epidemiológica é monitorada constantemente.
A variante Delta já foi identificada em 14 estados e no Distrito Federal. Apesar deste avanço, diversos estados anunciam novas fases de flexibilizações das medidas restritivas. Especialistas têm defendido a revisão de medidas de flexibilizações em meio ao crescimento da variante.
“O problema é que no Brasil, nós não temos mais plano B. O que nós temos hoje, na maioria dos estados, é vacina à disposição na velocidade que temos. Conversando com os gestores públicos, a gente não vê mais nenhuma vontade ou uma consciência da possibilidade de a gente precisar adotar outras medidas em algum momento", diz o virologista e professor da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul, Fernando Spilki, à CNN Brasil.
Para a epidemiologista e professora doutora da Universidade Federal do Espírito Santo, Ethel Maciel, os atos dos gestores públicos impactam no comportamento da população.
“O comportamento individual é muito influenciado pela comunicação das nossas autoridades. Então, há uma relação direta, e a gente precisa de mais responsabilidade nessa comunicação dos governos, tanto federal, quanto estadual, em dizer que estamos em uma pandemia e não podemos baixar a guarda.”
Nesta segunda (16), o Brasil registrou 434 mortes por Covid-19 em 24 horas, chegando a 569.492 vidas perdidas para a doença, segundo os dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
No mesmo período, 14.471 novos casos positivos para o novo coronavírus foram registrados no Brasil. Ao todo, 20.378.570 brasileiros já foram infectados pelo vírus.
Desde o último dia 31, a média móvel de óbitos vem atingindo um patamar abaixo de mil, algo que não continuou com a tendência de queda e registrou média móvel de óbtos de 847.
Já a média móvel de casos está em 28.688.