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Demitidos da Abril farão ato de repúdio contra a editora, por falta de pagamento

Grupo Abril não pagou verbas rescisórias, nem a multa de 40% do FGTS aos 800 trabalhadores demitidos. Eles farão um ato de repúdio na próxima sexta-feira (14), a partir do meio dia, em frente à sede da empres

Publicado: 10 Setembro, 2018 - 18h34

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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A editora Abril, da família Civita, que edita a Veja e outras revistas, não pagou os 800 funcionários e funcionárias demitidos no dia 6 de agosto. São jornalistas, gráficos, administrativos e distribuidores, que estão lutando para que a empresa pague o que deve o mais rápido possível.

Com apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), todos as categorias demitidas e também os que faziam trabalhos como freelancer (profissional que trabalha por conta própria prestando serviços em caráter temporário) decidiram realizar um ato público, junto com seus familiares, na próxima sexta-feira, 14, às 12h, em frente à gráfica da Abril, na Avenida Otaviano Alves de Lima, 4400, Marginal do Tietê, perto da ponte da Freguesia do Ó, na capital paulista.

Segundo os funcionários demitidos, a empresa se negou a pagar as verbas rescisórias (incluindo a multa de 40% sobre o FGTS) e mais uma multa (referente ao artigo 477 da CLT) por não ter quitado, em dez dias, sua dívida com os empregados demitidos.

Os trabalhadores e trabalhadoras demitidos denunciam, ainda, que um juiz atendeu ao pedido do Grupo Abril - que entrou em recuperação judicial - e jogou os demitidos numa interminável lista de credores a quem a empresa deve R$1,6 bilhão de reais.

 “Nossa parte (incluindo a dos freelas) corresponde a cerca de 8% da dívida total. Isso, a família Civita, principal acionista do grupo, poderia pagar com recursos próprios. Os três herdeiros que chefiam o clã são donos de um patrimônio mundialmente reconhecido. A Revista Exame repercutiu, há poucos anos, a lista das maiores fortunas do Brasil, publicada pela Forbes. Os bens pessoais dos três irmãos Civita estavam na casa dos R$ 10 bilhões, em valores de hoje”, diz em nota os demitidos da Abril, com apoio do Sindicato dos Jornalistas.

Os trabalhadores demitidos dizem que muitos já estão sem dinheiro para comida, transporte, contas, remédios e demais necessidades básicas.

Sindicatos se reúnem com administrador da dívida da Abril

O Sindicato dos Jornalistas e os demais sindicatos que representam os trabalhadores e trabalhadoras demitidos pela Editora Abril vão se reunir na próxima quinta-feira (13) com um representante da ‘Delloite Touche Tohmatsu Consultores’, que administra a recuperação judicial da empresa.

A reunião de urgência, solicitada pelo SJSP, visa esclarecer procedimentos que o administrador judicial pretende adotar na recuperação da editora.

Os sindicatos também vão defender a inclusão da multa por atraso de pagamento das verbas rescisórias dos demitidos na planilha das dívidas da Abril. A multa é uma obrigação legal prevista no Artigo 477 da CLT, que determina o acréscimo de um salário se as verbas rescisórias não forem pagas até o 10º dia após a demissão.

Os sindicatos querem ainda rever a situação dos trabalhadores demitidos no ano passado, que tiveram parcelados os pagamentos das verbas rescisórias em 10 vezes. A Abril também incluiu as parcelas que faltam na recuperação judicial, e não pagou a multa de um salário.

Com informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.