Departamento de Antropologia da UFPR critica processo que levou Lula a prisão
Na nota, professores dizem estar perplexos por ver entre os protagonistas do caos institucional “pessoas cuja trajetória acadêmica e profissional se vincula à Universidade”, se referindo a Fachin, Moro e Gebran
Publicado: 18 Abril, 2018 - 13h15 | Última modificação: 18 Abril, 2018 - 17h42
Escrito por: CUT Nacional
Os professores do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná se posicionaram publicamente, por meio de nota, contra o desrespeito aos direitos fundamentais dos brasileiros, em especial a rapidez do julgamento, condenação e prisão do ex-presidente Lula, que não teve o direito de recorrer a todas as instâncias da Justiça.
Em um dos trechos mais duros da nota, os acadêmicos questionam “decisões judiciais que dão causa à insegurança jurídica, como se as garantias constitucionais mais básicas fossem fonte de impunidade”. No mesmo parágrafo, sem citar nomes, criticam de forma contundente companheiros de universidade que estão protagonizando esse cenário de ruptura institucional: “nossa perplexidade se acentua ao vermos entre seus protagonistas pessoas cuja trajetória acadêmica e profissional se vincula a nossa Universidade, e que, no passado, notabilizaram-se justamente pelo compromisso com os direitos fundamentais consagrados pela Constituição e pela defesa de coletivos vulnerabilizados”.
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, ambos ex-professores de direito da UFPR, e o juiz João Pedro Gebran Neto, mestre em direito pela universidade do Paraná, que vêm tomando decisões consideradas mais políticas do que jurídicas pelos especialistas em direito, não foram citados na nota, mas é clara a crítica as três autoridades.
Os professores encerram a nota, que destaca-se por ser o primeiro posicionando público institucional feito no Paraná, fazendo severas críticas ao processo do tríplex do Guarujá e convidam professores e estudantes da Universidade e todos os que compartilham com essa indignação a assinar a nota em defesa da democracia, dos direitos humanos e da efetivação das políticas públicas de combate à desigualdade e à discriminação inscritas na Constituição Federal.
Leia a integra da nota e assine embaixo.