Depois das aglomerações, 10 capitais brasileiras estão com 90% das UTIs ocupadas
Mesmo com os hospitais lotados, parte da população continua se aglomerando em festas clandestinas, sem máscara nem nenhum outro cuidado
Publicado: 10 Junho, 2021 - 12h47 | Última modificação: 10 Junho, 2021 - 12h53
Escrito por: Redação CUT
Após um período de leve queda nos números de casos e mortes por complicações causadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, o Brasil enfrenta uma situação dramática. Dez capitais brasileiras registram ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) acima de 90%. Nos últimos sete dias, a média diária de casos foi de 58.990 por dia e a de mortes, de 1.714.
Com mais de 17 mil casos e 480 mil mortes desde o início da pandemia, o país se prepara para mais um período de luto coletivo, doloroso e difícil de enfrentar já que os brasileiros estão morrendo porque não tem vacina para Covid-19 para todos e todas. Países que vacinaram mais de 60% da população registraram quedas bruscas de casos e mortes e já estão voltando à vida normal.
Já no Brasil, onde faltam vacinas e restrições rígidas de circulação, as capitais sofrem com doentes graves e falta de leitos. Curitiba, Campo Grande, Aracaju, São Luís, Recife, Natal, Fortaleza, Maceió, Santa Cataria e Mato Grosso do Sul já apresentavam taxa de ocupação de leitos de UTIs igual ou superior a 90%, segundo levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo. Na maioria dessas capitais, os leitos disponíveis são aqueles que vagaram recentemente e estão sendo preparados para receber outros pacientes do coronavírus.
Essa tendência de alta procura por leitos intensivos da Covid-19 pode ser observada em outras capitais brasileiras que têm ocupação acima de 80% e 70%. A procura por uma vaga de leitos vem logo após as aglomerações registradas no feriado de Corpus Christi.
Mesmo com os hospitais lotados, parte da população se aglomerou em festas clandestinas e lugares badalados pelo país, como em Campos do Jordão, interior de São Paulo, que teve uma multidão sem máscara no feriadão.
As capitais
Em São Paulo, a média de casos diários do novo coronavírus saltou de 10.614 para 14.330 na semana passada em relação a semana anterior. Cerca de 11.224 pessoas estavam internadas em UTIs no estado nesta quarta-feira (9), é o maior número dos últimos 15 dias. Já em leitos de enfermarias, 13.786 pessoas estavam sendo tratadas - também o maior número dos últimos 15 dias.
A média diária de novas internações também segue subindo de forma consistente desde meados de abril, passando do patamar de 2.200 para 2.688 na semana passada.
Curitiba também registrou um aumento expressivo de ocupação de leitos que chega a 102%. As vagas improvisadas foram criadas para atender a pacientes graves com a Covid-19.
No estado do Paraná, a ocupação de UTIs continua acima de 95%, mesmo com a criação de 26 novas vagas na última semana. Já a fila de espera, que tem 639 pacientes, é a maior do Brasil, segundo levantamento da Folha. Mesmo com os hospitais lotados, parte da população segue ignorando os protocolos para redução dos casos da Covid-19.
Já em Santa Catarina a ocupação de leitos passou de 91% para 95%, beirando ao colapso. Florianópolis, onde 67% dos leitos estavam ocupados na semana passada, agora já são 89%.
Durante o feriado, foram divulgados nas redes sociais vários registros de festas e aglomerações na região da capital litorânea.
O cenário também é crítico em Mato Grosso do Sul, que tem 108% de ocupação nos leitos para pacientes graves para tratar a doença. Medidas extremas foram adotas para conter o avanço da pandemia como a transferência de pacientes para outros estados.
Na capital, Campo Grande, a taxa de ocupação continua subindo e chegou a 105%, com 141 pacientes estão na fila de espera.
Em Pernambuco, a taxa de ocupação de UTIs está acima dos 90%. Nesta segunda-feira, 97% dos 1.750 leitos na rede pública estadual estavam com pacientes. A fila de espera tem 143 pessoas.