Escrito por: Redação CUT

Depois de alerta da CUT e demais centrais, Guedes promete vale para  informais

Sindicalistas vêm há dias alertando que o governo precisava adotar medidas para proteger os trabalhadores, especialmente os informais. Mas 200 reais não dá para nada

TÂNIA REGO/AGÊNCIA BRASIL

Em duas semanas, o governo deve começar a distribuir um cupom para trabalhadoras informais e pessoas desassistidas, disse nesta quarta-feira (18), o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao site Poder360.

De acordo com o ministro, “o valor não pode ser maior nem menor do que o do Bolsa família”, que paga em média R$ 191 por mês para as famílias cadastradas. O mínimo é R$ 89. Gestantes, mães que amamentam e crianças de até 15 anos recebem cada uma mais R$ 41. O adicional máximo é de R$ 205. Para a extrema pobreza há valor extra variável.

A ajuda para os informais, defendida pela CUT, demais centrais, que nesta terça-feira (17) entregaram uma série de propostas ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), valerá por quatro meses, período em que as autoridades da área da saúde estimam que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) se alastre pelo Brasil, o que pode levar o governo a decretar quarentena compulsória, como já fizeram países como a França e a Espanha. 

Mas o valor do cupom, que o governo chama de voucher e diz que deve atender 18 milhões de famílias, mal dá para pagar contas de água e luz. A cesta básica, então, fica mais distante. 

Em fevereiro, os preços dos alimentos essenciais aumentaram em 10 das 17 cidades onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. E o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas passou para R$ 4.366,51, ou 4,18 vezes o mínimo de R$ 1.045,00, de acordo com estimativa do Dieese.

De acordo com o ministro, a ajuda de R$ 200,00 será feita pela Caixa Econômica Federal.

“A Caixa Econômica Federal tem 26.000 postos de atendimento. Já estão sendo preparados. O interessado no voucher vai se apresentar e dizer o nome e dar alguma identificação. O atendente checará se o nome já consta como beneficiário do Bolsa Família ou do BPC (Benefício de Prestação Continuada). Se não estiver recebendo nada, estará habilitado para receber o voucher e já recebe o dinheiro”, disse o ministro ao site.

Paulo Guedes diz que o sistema será montado a jato, de maneira desburocratizada.