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Depois de ouvir a base, 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT será em Maio

Num processo coletivo e participativo, a atividade formativa, que será dividida em etapas local, regional e estadual, terá como objetivo reorganizar a CUT e apontar caminhos para o futuro mundo do trabalho

Publicado: 01 Março, 2019 - 09h17 | Última modificação: 01 Março, 2019 - 11h31

Escrito por: Érica Aragão

CUT
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As transformações do mundo do trabalho, a reorganização do capital financeiro, um governo ultraliberal, que defende o estado mínimo e retira direitos sociais e trabalhistas e os impactos deste cenário na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras serão os temas dos debates nas bases da CUT para a construção coletiva da “4ª Conferência Nacional de Formação - Somos e Fazemos o Trem da História”, que acontecerá em Belo Horizonte, entre os dias 27 e 31 de maio.

Depois de 13 anos da terceira edição, um dos principais objetivos da 4ª Conferência é construir uma proposta base para a Política Nacional de Formação (PNF) da CUT, que será definida e aprovada no Congresso da Central, em outubro deste ano.

“A CUT nasceu num processo formativo. Se olharmos para os 35 anos de história da CUT quantos processos formativos tivemos para chegar até aqui?”, questiona a secretária de Formação da CUT, Rosane Bertotti.

É o momento de olhar para a organização, revisitar sua história e apontar novas estratégias da organização e novas táticas, mas também de olhar para fora, para fazer embate contra a retirada de direitos e ao ataque à liberdade e a democracia. E a Conferência tem este papel
- Rosane Bertotti

Processo coletivo e colaborativo da 4ª Conferência Nacional de Formação

A ideia da 4ª Conferência Nacional de Formação nasceu da Rede Nacional de Formação, que é formada pelas Escolas Sindicais, secretarias de Formação e a equipe da CUT Nacional, e segundo Bertotti, a Conferência não é de uma de uma secretaria ou de uma pessoa.

“A atividade foi construída com vários sujeitos e várias mãos. Construir este processo da formação que dialogue com a base, que vá ao local de trabalho, no sindicato, que converse também com os diretores sindicais, que chamamos de vanguarda, se constitui um processo de diálogo profundo”, contou a secretária Nacional de Formação, que destacou o papel importante das escolas sindicais neste processo.

“As escolas sindicais cumprem um papel junto com esta elaboração, e a execução e capilaridade. Os educadores, a equipe nacional, a articulação com as demais secretarias e a participação dos macrossetores da CUT faz a Conferência ficar mais rica em todos os sentidos, solidário, pedagógico e nos resultados”, conclui.

Dividida em etapas local, estadual, regional e nacional, a Conferência terá a capacidade de diagnosticar com mais exatidão a realidade dos trabalhadores e das trabalhadoras em cada canto deste país e será uma forma de ter uma leitura da rede nacional de formação e apontar como esta rede se reorganiza, se rearticula e com as bases para construir o PNF.

“Como diz uma amiga, o Brasil é um continente que teima ser um país e a CUT é a maior central sindical do país então, naturalmente, todo este processo de articulação da CUT também é imenso. E é essa grandeza que a Conferência nos permite, de ouvir todo mundo e consolidar uma proposta plural que contemple todos e todas”, contou Rosane.

Os movimentos sociais, a academia, especialistas e convidados do exterior também participarão dos processos da Conferência. Tem regiões que também estão fazendo etapas temáticas, como de mulheres, negros, entre outras.

Financiamento

A 4ª Conferência Nacional de Formação está sendo construída de forma autossustentável. A organização da atividade está sendo financiada de forma colaborativa, seja por meio de doações em conta, no cofrinho da atividade ou até mesmo pela ação solidária entre amigos.

“Não é uma Conferência no qual as pessoas só vão para participar. Nesta atividade as pessoas começam a construir na sua base, pensa o financiamento,  contribui com o processo metodológico e com a PNF. É um processo totalmente colaborativo e enriquecedor”, afirmou a secretária Nacional de Formação.

 “O cofrinho pode não arrecadar muito, mas é simbólico porque você tem uma organização que pode contribuir com um valor maior e tem aqueles que podem contribuir com um real e todos serão sujeitos da Conferência”, disse Rosane.

Além disso, os organizadores da Conferência por todo Brasil podem vender camisetas, bonés, e pensar em outras formas de arrecadação, como bingos, jantares, almoços.

Plataforma de formação e hotsite

Como a Conferência debate as transformações do mundo do trabalho e as novas tecnologias, Rosane argumenta que é preciso entender que pensar no processo de organização é também olhar para o mundo tecnológico.

“A Conferência também está inserida nesta realidade e a secretaria de Formação implementou a plataforma Moodle, onde iniciamos a experiência de construir parcela da formação online”.

Além disso, "todo o processo de organização e inscrição da Conferência será pela plataforma, que terá um papel pedagógico", complementa.

Para cumprir o papel informativo, a secretaria de Formação, com apoio da secretaria de Comunicação da CUT, colocou no ar o hotsite da 4ª Conferência Nacional de Formação.

“A ideia do hotsite é que as pessoas tenham acesso aos calendários e notícias das etapas, aos materiais pedagógicos e de divulgação, programação, ao regulamento da ação solidária, à lista de palestrantes,  às galerias de fotos das atividades e vídeos, enfim, que fiquem por dentro de todas as etapas da Conferência Nacional de Formação da CUT”, contou a secretária Nacional de Formação da CUT.

Por que Minas Gerais?

O Estado de Minas Gerais foi escolhido porque, além da simbologia histórica, geograficamente é central para que todos os 500 participantes previstos, de todas as regiões do país, possam ir de ônibus ou outros transportes terrestres, para baratear custos e ter acesso ao local com mais facilidade.

Somos e fazemos o trem da história

Segundo Rosane Bertotti, o slogan foi escolhido baseado na simbologia mineira e também porque pensar na Conferencia é pensar a vida das pessoas.

“A gente acha que a identidade visual da Conferência tem tudo a ver também com a gente, porque o trem tem vários vagões, várias linhas e a formação tem vários processos. Um tremsem gente é vazio de sentido e as pessoas são fundamentais tanto para ressignidcar o trem quanto para formação”.