Escrito por: Redação CUT
O segundo pacote de joias, que vai ser investigado pela Receita Federal tinha caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, da marca suíça de diamantes Chopard
Além do pacote de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, um presente do governo da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que foi apreendido pelos fiscais da Receita Federal, em 2021, o governo de Jair Bolsonaro (PL) recebeu outro pacote de joias.
O jornal Folha de S. Paulo teve acesso a um documento que mostra que o governo recebeu um pacote contendo uma caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, da marca suíça de diamantes Chopard. As joias foram recebidas em outubro de 2021, mas só em 29 de novembro do ano seguinte, depois das eleições e com o governo anterior de saída, foi devidamente encaminhado para compor acervo pessoal do ex-presidente no Palácio do Planalto.
Essa nova leva de presentes, também enviada pelo governo saudita, não foi interceptado pela Receita e não há estimativa de quanto vale. O então assessor especial do Ministério de Minas e Energia Antônio Carlos Ramos de Barros Mello justificou a demora para entregar os itens argumentando que, no período, foram feitas tratativas para definir o destino dos presentes. “Demorou-se muito nesse processo para dizer quem vai receber quem não vai receber, onde vai ficar onde não vai ficar. Só não podia ficar no ministério nem ninguém utilizar.”
Nesta segunda (6), a Receita Federal negou que Bolsonaro tenha pedido para incorporar joias a acervo. Ele queria as joias para a família, o que é ilegal.
O governo poderia ter recebido as joias como um presente oficial, que ficariam para o Estado, jamais para a primeira-dama ou para o ex-presidente.
Pressão por liberação
Jair Bolsonaro atuou pessoalmente para tentar liberar as joias retidas na Receita Federal. Além disso, acionou nada menos do que três ministérios, Minas e Energia, Economia e Relações Exteriores para tentar tirar os itens da Receita. Sem sucesso, disse que as joias iriam para o acervo e depois seriam entregues para Michelle.
Bolsonaro chegou a enviar um servidor em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para tentar pegar os itens, também sem sucesso.