Escrito por: Redação CUT
Anúncio da saída da atriz foi feito por Bolsonaro em uma rede social um dia depois dele almoçar com o ator Mário Frias, um dos cotados para assumir o cargo
Menos de três meses após assumir e em meio a um processo de fritura comum na gestão de Jair Bolsonaro, a ex-atriz, como diz a TV Globo, Regina Duarte, 73 anos, deixa o cargo de secretária especial de Cultura.
O anúncio foi feito por meio de um vídeo que ela e Bolsonaro divulgaram na manhã desta quarta-feira (20) em uma rede social. Segundo Bolsonaro, Regina vai assumir a chefia da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, em data ainda a ser marcada.
No vídeo, Bolsonaro afirma que Regina estava com saudade da família. Ela confirma, apesar de ter virado motivo de centenas de críticas dos aliados do presidente nos últimos dias. Na vderdade, mal assumiu o posto, Regina virou alvo dos olavistas, seguidores do guru bolsonarista, Olavo de Carvalho. Na sequência, a fritura presidencial começou. O presidente da Funarte, Dante Mantovani, que ela havia demitido foi reconduzido ao cargo por Bolsonaro.
Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em SP. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias pic.twitter.com/79CyrQY1uI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 20, 2020A exoneração de Regina Duarte foi feita um dia depois de Bolsonaro almoçar, com direito a foto no Twitter, com o ator Mário Frias, um dos nomes cotados para assumir o cargo que, inclusive já havia se oferecido para ocupar a secretaria em uma entrevista.
A missão de Regina quando assumiu a secretaria depois de alguns dias de namoro com Bolsonaro, como ela dizia gargalhando, era conquistar apoio da classe artística. O que ela conseguiu no cargo foi desagradar até os mais amigos do meio.
Regina foi bastante criticada por artistas ao não homenagear ou sequer lamentar as mortes do cantor e compositor Moraes Moreira, do escritor Rubem Fonseca, do compositor Aldir Blanc e do ator Flávio Migliaccio.
Depois, mais ainda quando, em entrevista à CNN Brasil, minimizou os casos de tortura ocorridos durante o regime militar (1964-1984) e até cantou uma música que homenageou à ditadura.
Também deixaram o governo Bolsonaro após um processo de fritura pública os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, da Saúde.