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Depois do lockdown rígido, Araraquara não registra nenhuma morte dois dias seguidos

Segundo a secretaria de Saúde da cidade, o número de mortes em Araraquara vem caindo semana a semana

Publicado: 07 Abril, 2021 - 13h50

Escrito por: Redação CUT

TETÊ VIVIANI/PREFEITURA DE ARARAQUARA
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Um mês e meio após decretar lockdown, a cidade de Araraquara, a 273 km da capital paulista, não registra a dois dias seguidos nenhum óbito por Covid-19. A medida decretada pelo prefeito Edinho Silva (PT), o primeiro a restringiu totalmente os serviços na cidade, é elogiada por especialistas da área da saúde que enxergam o lockdown como a única alternativa para o Brasil diminuir drasticamente o número de casos e óbitos.

Araraquara, que tem cerca de 240 mil habitantes, foi a primeira cidade do país a decretar lockdown total, inclusive com controle de circulação de pessoas, só podia sair de casa quem precisava ir à farmácia ou hospital, até supermercados ficaram fechados e atenderam só por meio de delivery. Os ôniibus também não circularam. A medida durou 10 dias e 45 dias depois a cidade colhe o resultado.

Um dia antes do decreto do prefeito Edinho Silva, a cidade havia batido o recorde diário de casos confirmados, com 248 registros, o correspondente a 46% dos testes analisados. Em diversos países do mundo um lockdown rígido associado à vacinação em massa da população teve efeito significativo na queda de novos casos e mortes de Covid-19. 

Do outro lado nas enfermarias e hospitais, o município vivia uma crise no sistema hospitalar, chegou à beira do colapso. No início do 'lockdown', Araraquara somava 218 pacientes hospitalizados pela Covid-19, sendo que desses, 180 eram moradores da cidade e 48 eram transferidos de outros municípios.

No pico das internações por Covid-19, o que ocorreu em 26 de fevereiro, 209 moradores estavam hospitalizados com a doença. Nesta terça-feira (6), o número de internações continua alto, no entanto, com uma ressalva: apenas 80 dos 178 hospitalizados são moradores de Araraquara.

De acordo com o boletim desta terça-feira, Araraquara registra desde o início da pandemia 17.698 casos, entre eles 335 óbitos, o que representa uma taxa de letalidade de 1,89%.

Brasil deveria fazer o mesmo que Araraquara

Segundo a secretária da Saúde de Araraquara, Eliana Honain, o paciente com comorbidade e que tenha necessidade de internação terá melhores condições de monitoramento no local, após a redução de internações.

Em entrevista ao Portal CUT no mês passado, ela afirmou que essa é a medida crucial para contornar o cenário de tragédia e salvar milhares de vidas no Brasil.

 “Se o Brasil parasse por 15 dias, essa situação caótica que acontece no país no momento estaria melhor. A arma que o Brasil tem hoje é o distanciamento social, mas é preciso coragem dos governantes para decretarem um lockdown”, afirma Eliana Honain.

Segundo ainda a secretária, o número de mortes em Araraquara vem caindo semana a semana.

Na última semana, a prefeitura de Araraquara antecipou dois feriados, suspendeu o transporte coletivo e criou barreiras sanitárias com o objetivo de impedir a entrada na cidade sem justificativa de veículos de outros municípios.

Araraquara funciona hoje apenas com serviço essencial, e já realizou 819 testes rápidos em motoristas e ocupantes de veículos que chegavam às barreiras, instaladas nas entradas do município, dos quais 27 deram resultado positivo.

Foram abordados 6.171 veículos, com 408 sendo obrigados a retornar às cidades de origem após os motoristas não conseguirem justificar um motivo essencial para entrar na cidade.