MENU

Deputada mais jovem do Paraná é do PT e começou luta por direitos aos 16 anos

Em 2016, durante a ocupação das escolas contra a reforma do ensino médio de Temer, ela viralizou quando confrontou os deputados no plenário e teve até o microfone desligado

Publicado: 05 Outubro, 2022 - 10h46 | Última modificação: 05 Outubro, 2022 - 18h58

Escrito por: Redação CUT | Editado por: Marize Muniz

Lucas Carrera
notice

A deputada mais jovem da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), eleita com 51.845 votos, é a estudante Ana Júlia Ribeiro (PT), de 22 anos, que há seis anos subiu à tribuna da Casa como representante dos estudantes secundaristas que ocupavam escolas do estado para derrubar a proposta de reforma do ensino médio do ilegítimo Michel Temer (MDB).

Nas redes, ele fez campanha agradecendo o apoio do ex-presidente Lula (PT), que conquistou 48,43% dos votos válidos no país, o equivalente a 57.259.504 e 35,99% dos votos no Paraná.

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Ana Júlia Ribeiro (@najulia.ribeiro)

Em 2016, Ana Júlia viralizou quando confrontou os deputados no plenário, dizendo entre outras coisas que eles estavam com as mãos "manchadas com o sangue de Lucas", se referindo à morte de Lucas Araújo da Mota, de 16 anos, durante a ocupação de um colégio em Curitiba. Isso irritou os deputados. Tanto que o então presidente da Casa Ademar Traiano (PSD) chegou a desligar o microfone para impedir que a jovem continuasse falando. Agora, ela espera que eles tenham amadurecido e que, juntos, possam discutir propostas.

Essa não vai ser a primeira experiência de Ana Júlia como parlamentar. Este ano, mesmo contrariada, ela chegou a ocupar por meses o mandato do vereador Renato Freitas (PT) após ele ser cassado, injustamente e com claros indícios de racismo, pela Casa. No domingo (2), Freitas deu a volta por cima e foi eleito deputado estadual pelo Paraná. Antes, ele já havia reassumido o cargo de vereador após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu ainda não sei como descrever a eleição em palavras. Mas é como se fosse uma resposta afirmando que estávamos certo e que tínhamos respaldo da sociedade", afirmou a estudante ao UOL. Ou seja, o movimento de 2016 era uma causa justa e foi respaldada pela sociedade.

Ana Júlia é estudante de Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Segundo ela, o desejo de concorrer a um cargo eletivo se deu após participar da campanha de 2018 do PT ao Senado do Paraná. Na ocasião, Mirian Gonçalves perdeu o pleito, mas despertou a vontade de Ana Júlia em disputar uma eleição, concretizada em 2020, quando se candidatou a vereadora de Curitiba. Ficou como suplente, mas construiu bases para dois anos depois virar deputada.