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Deputado quer que autoridades investiguem violência da polícia contra militantes

Comissão de Direitos Humanos da Câmara pediu às autoridades do Paraná e órgãos do governo federal que apurem truculência da PF e da PM que deixou centenas de apoiadores de Lula feridos no sábado

Publicado: 09 Abril, 2018 - 12h25 | Última modificação: 11 Abril, 2018 - 00h07

Escrito por: Redação da CUT

Gibran Mendes
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A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados encaminhou nesta segunda-feira (9) ofícios para autoridades do Paraná e órgãos do governo federal pedindo apuração dos atos de violência praticados pela Polícia Federal e Polícia Militar do Estado contra militantes que aguardavam a chegada do ex-presidente Lula em Curitiba neste sábado (7). O ataque deixou nove pessoas feriadas, entre elas, duas crianças, todos estavam do lado dos manifestantes que apoiam o ex-presidente. 

O ataque violento e truculento aconteceu no momento em que a aeronave que conduzia o ex-presidente pousava no heliporto da Superintendência da PF, no Paraná, e os trabalhadores e trabalhadores com filhos e avós, cantavam para repecionar Lula e dizer que ele não estava só. Desde quinta-feira (5), quando o juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Lula, depois de condená-lo sem provas no caso do tríplex do Guarujá e que o Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) confirmou a sentença e ampliou a pena de 9 para 12 anos de prisão, centenas de pessoas solidárias a Lula estão se dirigindo a Curitiba, onde pretendem permanecer em vigília até o ex-presidente ser solto. A toda hora chegam ônibus vindo de diversas cidades do Brasil no local.

Manifestantes se organizaram para fazer a limpeza, a comida e participar dos atos até Lula ser libertado.

 

A apuração dos fatos 

O presidente da CDHM, deputado Paulão (PT-AL), disse que, por iniciativa própria, o colegiado da Câmara enviou os documentos ao governo estadual, à Secretaria de Segurança e ao Ministério Público estadual, além dos ministérios da Justiça, da Defesa e a Procuradoria-Geral da República, pedindo esclarecimentos e investigação sobre o fato.

Segundo o deputado petista, o objetivo é garantir o direito de liberdade de expressão e que as manifestações ocorram de forma pacífica.

“A ideia é ver a possibilidade de termos audiências com as autoridades locais, verificar como foi essa agressão. Infelizmente, há um sentimento aí, declarações até muito fortes de ministros no plano da justiça, querendo cercear a liberdade de expressão. Isso é muito grave, contraria todo um direito que sociedade conquistou desde 88 e é referência para o mundo”, declarou.

Ontem, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que conversou com o ministro da Segurança Pública pedindo para investigar as agressões. O partido também quer uma sindicância na Polícia Federal para apurar a denúncia de que agentes jogaram bombas contra os manifestantes. 

Além de apurar como ocorreram as agressões, Paulão disse que a  CDHM quer que o governo federal apure a gravação de áudios em tom desrespeitoso contra Lula, durante o voo que conduzia o ex-presidente à Curitiba. Nos áudios, as pessoas insinuam que ele deveria ser jogado do avião.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca em São Paulo com destino a Curitiba, onde irá cumprir a pena de prisão (Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados)O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca em São Paulo com destino a Curitiba, onde irá cumprir a pena de prisão (Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados)

Avião usado pelo  ex-presidente Lula  para ir de  São Paulo a Curitiba, onde cumpre a pena de prisãoReuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

“Teve pessoas que usaram laser contra o helicóptero, poderia até ocorrer um acidente grave. É preciso também apurar aquele áudio, e a Aeronáutica tem isso, uma pessoa usando o sistema interno de comunicação dizendo que “tem que jogar” [Lula do avião]. Isso é muito grave, principalmente, porque quem usa sistema de rádio são as autoridades policiais. Isso é gravíssimo, então tem que ser apurado num campo do Ministério da Justiça e do Ministério da Defesa. E o Ministério Público Federal também não pode ficar silente em relação isso”, acrescentou o deputado.

A Força Aérea Brasileira (FAB) já se manifestou por meio de nota confirmando que os áudios são reais. A FAB esclareceu, no entanto, que as declarações não foram feitas por controladores de voo.

Com informações da Agência Brasil