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Deputados cobram investigação sobre morte de trabalhadores rurais em Goiás

Parlamentares solicitaram ao Ministério Público do estado que investigue e acompanhe ocorrência em ação da PM que pode ter resultado na chacina

Publicado: 28 Janeiro, 2022 - 09h01

Escrito por: Redação RBA

Reprodução
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Deputados federais do PT ingressaram junto ao Ministério Público de Goiás para que investigue e acompanhe a ocorrência de uma possível chacina em Cavalcante (GO). O crime, no último dia 20 de janeiro, resultou na morte de quatro trabalhadores rurais. “Os fatos indicam, e o aprofundamento das investigações por esse órgão poderá comprovar, que ocorreu de fato uma execução, uma verdadeira chacina de homens indefesos, rendidos, contidos, por policiais militares, numa ação odiosa e inconcebível”, afirma a representação assinada pelo líder do partido, Reginaldo Lopes (MG), além dos deputados Carlos Veras (PE), Paulo Teixeira (SP), Paulão (AL) e Rubens Otoni (GO).

Segundo os deputados, a ocorrência policial resultou na morte brutal de quatro trabalhadores rurais, no município de Cavalcante, Goiás. Teriam sido 58 tiros, sendo 40 de fuzis e 18 de pistola. Além disso, reportagens da imprensa local informam que seis policiais da PM goiana estariam averiguando denúncia de “plantação de maconha”, em chácara entre Colinas do Sul e Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros. Mas, conforme a Polícia Civil, nenhum dos quatro trabalhadores rurais tinha passagem pela polícia.

Os parlamentares solicitam a instauração de procedimento de investigação criminal. “Nessa perspectiva deve-se dar atenção especial às perícias e exames cadavéricos realizados. Desse modo que se possam identificar, como parece ter ocorrido, disparos que indicam que as dezenas de tiros tinham o objetivo de liquidar, de qualquer forma, os cidadãos ali reunidos

”, classificando o ato como “julgamento sumário”. A representação é endereçada ao procurador-geral de Justiça do estado, Aylton Flávio Vechi.

Execução

Para os deputados, o Ministério Público Estadual deve adotar todas as medidas legais dever ser objeto da Justiça civil, e não da Justiça Militar Estadual. De acordo com a versão dos policiais, eles teriam sido recebidos com disparos de armas de fogo.

“Razão pela qual teriam revidado com alto poder de letalidade, que resultou na morte de quatro dos homens presentes no local. Outros três integrantes do grupo conseguiram, segundo a versão dos policiais, evadirem-se do local”, informam.

No entanto, segundo os deputados, familiares e pessoas que tiveram acesso ao local e aos corpos apontam que houve “uma verdadeira chacina”. Seria, “uma execução de trabalhadores e agricultores simples e que não ofereciam e não ofereceram qualquer perigo ou resistência” à abordagem policial.

Ainda segundo familiares e conhecidos das vítimas, os trabalhadores rurais não tinham nenhuma relação com a plantação de maconha encontrada no local. “Noticiam ainda, amigos e familiares, que nenhum deles, salvo uma espingarda de caça (instrumento comum na região) portava arma de fogo. Desse modo, contestando a versão dos policiais militares, de que teriam sido recebidos a tiros pelas vítimas e os demais integrantes do grupo ali reunidos.”

Nas redes sociais, moradores da famosa Vila de São Jorge, que fica nas proximidades da entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, pedem justiça para o caso. E cobram uma investigação séria e independente.