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Deputados do PT cobram PGR sobre denúncias de Tacla Duran contra a Lava Jato

Ex-advogado da Odebrecht relatou em novembro passado que padrinho de Moro chegou a cobrar propina para reduzir multa e pena em negociação para acordo de delação premiada

Publicado: 03 Maio, 2018 - 11h38

Escrito por: Redação RBA

Reprodução
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Deputados do PT se reuniram nesta quarta-feira (2) com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para cobrar agilidade no andamento das investigações das denúncias feitas pelo ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran sobre a venda de delações e utilização de provas e documentos ilícitos na operação Lava Jato.

Hoje morando na Espanha, o ex-advogado da Odebrecht e da UTC Engenharia, suspeito de participação em esquemas de corrupção nas duas empresas, disse que, durante negociações para acordo de delação premiada, procurou o advogado Carlos Zucolotto, que teria oferecido benefícios ilegais e cobrado propina para reduzir o valor da multa e a pena que recairia sobre Duran.

"Ele diz que o juiz Sérgio Moro tem relações com o escritório de advocacia do senhor Zucolotto, e esse escritório ofereceu benesses – uma diminuição de multa de 15 milhões para 5 milhões (de reais) e uma mudança no regime de pena”, afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), em entrevista coletiva após o encontro na Procuradoria-Geral da República (PGR). Zucolotto é padrinho de casamento do juiz Sérgio Moro, e também mantém relações com procuradores da Lava Jato.

As denúncias de Tacla Duran foram apresentadas em novembro do ano passado, em depoimento prestado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS. Ele disse também que os acordos de delação premiada são dirigidos para garantir a punição dos acusados e utilizados para a produção seletiva de provas.

"Fraude em planilhas e em documentos que serviram para condenar pessoas, uma série de elementos de suma gravidade", destacou o deputado Wadih Damous (PT-RJ). "Se comprovadas, levarão a uma nulidade da delação da Odebrecht e, portanto, de todas as denúncias feitas em função das informações dos delatores”, acrescentou o líder da bancada, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

Dentre os que estão sendo acusados com base nessas delações com documentos adulterados e provas dirigidas, está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A procuradora-geral pediu mais tempo aos deputados, e uma nova reunião foi marcada na próxima semana.

"Nossa expectativa, na quarta-feira, é que a PGR, através da sua chefe, nos apresente já um andamento de investigações, porque esses fatos foram levados a conhecimento cinco, seis meses atrás", cobrou Damous.