Deputados do PT visitam comunidades e falam em abertura de CPI da mineração
Cerca de 200 pessoas foram desalojadas no domingo (17)
Publicado: 19 Fevereiro, 2019 - 09h59 | Última modificação: 19 Fevereiro, 2019 - 10h33
Escrito por: Rafaella Dotta, Brasil de Fato
A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e o deputado federal Rogério Correa (PT) visitaram hoje o distrito de São Sebastião de Águas Claras, conhecido como Macacos, na cidade de Nova Lima (MG).
No local, cerca de 200 pessoas foram retiradas de suas casas neste domingo (17) por conta do risco de rompimento da barragem B3/B4 da Mina Mar Azul, da Vale.
Os parlamentares, acompanhados do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), ouviram a população e pediram apoio para pressionar para a realização de inquéritos sobre a mineradora.
A deputada Beatriz levantou dois pontos necessários à batalha legislativa contra as mineradoras: a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e a aprovação de leis mais rígidas.
“Nós estamos batalhando a abertura da CPI na Assembleia [Legislativa de Minas Gerais]. CPI tem o papel de chegar onde uma deputada sozinha não consegue chegar, onde uma associação de bairro não consegue chegar. Enfim, de verificar aquilo que [as mineradoras] mentem”, defendeu. “Precisamos de uma legislação que resolva esse tipo de problema. Discutir o fim desse tipo de barragem, prazos, controle das informações”.
Barragens precisam ser desativadas
O deputado federal Rogério Correa articula na Câmara Federal a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) já nesta primeira semana de legislatura. Segundo o Partido dos Trabalhadores, o pedido conta com o apoio de 32 senadores e 178 deputados.
O parlamentar defendeu ainda a desativação de barragens como essa, com mais agilidade. “Tem que parar qualquer trabalho dessas barragens, principalmente à montante, e iniciar o descomissionamento. Que é a desativação, tirar a água, tirar a lama”, afirmou. Ele lembrou que a barragem de Macacos está em situação parecida com a de Brumadinho, que se rompeu, já que está desativada mas não foi desfeita.
Residentes descontentes
Os moradores continuam reclamando da falta de informações e da linguagem exageradamente técnica usada pela empresa. Lembraram ainda que em São Sebastião das Águas Claras já houve dois rompimentos de barragens, um nos anos 90 e outro nos anos 2000, esse último com cinco mortos.
*Com informações do Jornalistas Livres