Deputados tremem na base e reforma pode cair
Temer manobra população e pode acabar com aposentadoria depois
Publicado: 24 Novembro, 2017 - 15h14 | Última modificação: 28 Novembro, 2017 - 16h09
Escrito por: Érica Aragão
Com medo de não se reelegerem e preocupados com a revolta dos brasileiros que podem trabalhar a vida toda e não conseguir se aposentar, muitos deputados e deputadas ainda não decidiram pelo apoio ou não à Reforma da Previdência de Temer.
O cenário pessimista vem sendo retratado nos últimos dias até mesmo pela mídia golpista que apoia toda e qualquer reforma que ataque os direitos da classe trabalhadora. Um jantar oferecido pelo ilegítimo Michel Temer (PMDB-SP) para apresentar a nova proposta de Reforma da Previdência mostrou que ele não tem o apoio que precisa (308 votos) para aprovar as mudanças nas regras. Dos quase 300 parlamentares convidados, comparecem apenas 170. E, apesar de todos os sinais de que os deputados têm um apreço enorme pelos seus mandatos e não querem chegar a 2018, ano de eleições, como traidores da classe trabalhadora, a informação é de que a Câmara dos Deputados vai pautar a votação da reforma para o dia 6 de dezembro.
A CUT e outras centrais já avisaram: “Se botar pra votar o Brasil vai parar”. Para o presidente da Central, Vagner Freitas, insistir no desmonte da Previdência apesar do cenário negativo só indica que além de governar de costas para o povo, Temer parece viver em outro mundo. “Ele esquece que a classe trabalhadora já provou que sabe o tamanho do prejuízo e está em estado de alerta. E mais, que se ele tentar acabar com a aposentadoria, vamos parar o Brasil e denunciar todos os deputados e senadores que traírem os trabalhadores e as trabalhadoras brasileiras. Em 2018, podem ter certeza, muitos vestirão o pijama se ousarem mexer na Previdência”.
Vagner criticou também o fato de o governo golpista gastar milhões de reais em propagandas cujo objetivo é convencer o povo de que retirar direitos conquistados pelos trabalhadores vai resolver o problema da economia, dos gastos públicos. “Depois da greve geral de abril, Temer foi obrigado a recuar e, agora, vem com essa nova versão de reforma, tão ruim como a primeira e ainda ousa fazer propagandas na televisão e nas redes sociais dizendo que a reforma é para cortar privilégios. Ele esqueceu de dizer que se aposentou aos 55 anos e recebe mais de R$ 30 mil por mês de aposentadoria do Ministério Público de São Paulo”, criticou Vagner Freitas.
A secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, endossa e referenda a opinião do presidente. Segundo Ela, Temer e seus aliados estão fazendo manobra para enganar o povo e pagar a conta para os empresários que financiaram o golpe em troca das reformas e também para mantê-lo no poder.
“O governo tira alguns pontos agora para aprovar a PEC 287, mas a ideia é que depois por MP, PEC ou mesmo Projeto de Lei, inclusive já há projetos tramitando no Congresso Nacional, relocará esses pontos, como o fim da aposentadoria rural, por exemplo. Enganação total que vai fazer o trabalhador pagar um castigo muito grande”, denuncia Graça.
Alguns destaques da proposta de Temer para a Previdência
| Como é hoje | Proposta de Temer |
Idade mínima de aposentadoria | 65 para homens e 60 mulheres | 62 anos para mulheres e 65 anos para homens (valendo daqui a 20 anos, aumentando progressivamente conforme elevação da expectativa de vida da populaçao) |
Aposentadoria integral | Fator previdenciário ou a formula 85/95 | 40 anos |
Servidores públicos | Têm um regime exclusivo de Previdência, separado dos trabalhadores públicos | Passa a ter as mesmas regras do setor privado |