Escrito por: CUT Brasil com informações da CONTAG
CUT defende o enfrentamento ao modelo de agronegócio e à Reforma da Previdência
A resistência à violência no campo e o combate às perdas das políticas públicas voltadas à agricultura familiar, além do enfrentamento ao modelo de desenvolvimento atual, sugerido pelo atual governo, foram amplamente debatidos na manhã desta terça-feira (19), no seminário Nacional sobre Desenvolvimento da Agricultura Familiar, em Brasília.
Segundo a vice-presidenta da CUT Nacional, Carmen Foro, que também é agricultora familiar, a realização do Congresso Extraordinário da CUT – ocorrido entre os dias 28 e 31 de agosto em São Paulo, “demarcou muito claramente os espaços que devemos dar ao fortalecimento da luta pela agricultura familiar, de enfrentamento à violência no campo, das denúncias internacionais que precisamos fazer sobre o que está acontecendo atualmente e de qual modelo de agricultura e produção rural queremos”.
Para Carmen, hoje o centro do debate é se somar à CONTAG e aos movimentos do campo que, conforme analisou, “estão se organizando e se fortalecendo cotidianamente por um projeto de produção agrícola que não seja um projeto insustentável”.
A vice-presidenta avaliou que a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), onde as políticas públicas voltadas exclusivamente à agricultura familiar fortaleceram o campo brasileiro, representa um longo processo de resistência que vem pela frente.
“As perdas do momento não são apenas o conjunto de ações políticas e sociais que estavam dentro do MDA, mas, sobretudo, quando se trata dos orçamentos totalmente reduzidos já anunciados, e da batalha que nós vamos fazer – e a CONTAG tem feito – contra essa reforma previdenciária que está proposta, onde os trabalhadores e as trabalhadoras do campo são os que mais perdem”, esclareceu.
Preparando o 13º CNTTR
Com o objetivo de definir o conceito de Agricultura Familiar para representação pelo sistema confederativo CONTAG, acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, em Brasília/DF, o Seminário Nacional sobre Desenvolvimento da Agricultura Familiar.
O encontro reúne mais de 300 participantes, entre dirigentes e funcionários do Movimento Sindical, além de pesquisadores que tenham seus trabalhos acadêmicos ligados ao meio rural.
A abertura oficial aconteceu nesta segunda-feira (18), com a fala da Diretoria da CONTAG e apresentação das delegações por região/estado, seguido da apresentação do senador Paulo Paim (PT-RS) sobre “Reforma da Previdência e os impactos na vida dos trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares”.
Ao longo do Seminário serão discutidas as estratégias sobre as propostas de reforma política e mudanças na legislação eleitoral em curso; regulamentação da aplicação das deliberações do 12º CNTTR [Congresso Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares], sobre paridade, cota mínima de mulheres e cota mínima de jovens para participação das Federações e dos Sindicatos no 13º CNTTR; criação e regulamentação do Fundo de Amparo Social e a definição das estratégias sobre o orçamento público para o financiamento das políticas públicas para a Agricultura Familiar.