Desligamentos por morte triplicam entre os trabalhadores químicos no Estado de SP
Só em abril de 2021, 138 trabalhadores morreram em decorrência de complicações da Covid-19
Publicado: 13 Julho, 2021 - 14h39 | Última modificação: 13 Julho, 2021 - 15h53
Escrito por: Redação CUT
A pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 534 mil pessoas no Brasil, impactou fortemente os trabalhadores e trabalhadoras da indústria química de São Paulo.
Pelo menos 117 trabalhadores do ramo químico paulista foram desligados por motivo de morte em maio de 2021 – três vezes mais do que no mesmo mês do ano passado -, de acordo com levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O mês em que as complicações provocadas pela Covid-19, doença provocada pelo novo vírus, foi mais letal para a categoria foi abril de 2021, quando 138 trabalhadores morreram.
Para os dirigentes da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT do Estado de São Paulo (Fetquim-CUT), o responsável pelas mortes é o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que adotou uma política genocida ao invés de organizar um comando nacional para fazer o enfrentamento à pandemia e comprar vacinas em quantidade suficiente e no momento certo.
Bolsonaro fez pior, dizem os dirigentes, provocou e estimulou aglomerações, o não uso de máscaras e ainda indica até hoje o chamado kit Covid que, segundo ele, é uma espécie de tratamento precoce contra a doença. Especialistas do mundo inteiro já disseram que os remédios do kit não só ineficazes como podem provocar sérios problemas de saúde, como é o caso da cloroquina.
O comportamento do presidente colocou em risco a vida de trabalhadores como os do ramo químico cujas atividades foram consideradas essenciais desde o início da pandemia e, portanto, não puderam fazer quarentena.
“Os trabalhadores são a chave no processo produtivo e são mais impactados pelas mortes por Covid-19, especialmente porque o país nunca levou o enfrentamento à pandemia a sério e Bolsonaro nunca se preocupou em salvar vidas. Para ele, o que importa é salvar CNPJ e não CPF”, afirma o coordenador político da Fetquim, Airton Cano.
Apesar dos números sugerirem que o pior, em termos de óbitos, já passou, é necessário compreender que a crise econômica ainda afeta milhões de famílias causando fome e desemprego, diz o dirigente. A importância de ações de combate à fome e solidariedade são essenciais neste momento, complementa.
Na avaliação dele, o avanço da vacinação tem sido o principal responsável pela atual diminuição no número de novos casos de infecção pelo novo coronavírus, como sempre afirmam os cientistas.
“Apesar disso”, prossegue, “a Fetquim reforça a necessidade de uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em todos os ambientes em que há possibilidade de contágio. É importante também ressaltar a importância de todas e todos se imunizarem assim que possível”.
Com informações da Fetquim.