Destruição da Amazônia cresce com Bolsonaro, denuncia New York Times
Jornal norte-americano destacou o aumento nos índices da devastação e a redução de ações de fiscalização
Publicado: 29 Julho, 2019 - 11h15 | Última modificação: 29 Julho, 2019 - 11h43
Escrito por: Redação CUT
O jornal The New York Times denunciou neste domingo (28) o crescimento da destruição da Floresta Amazônica durante os primeiros seis meses do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL), que insiste em negar em seus discursos.
Na última quinta-feira (25), Bolsonaro questionou até mesmo os dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao governo federal.
O jornal norte-americano também destacou como a defesa da Amazônia esteve no centro da política ambiental brasileira nas últimas duas décadas e que o país chegou a ser considerado referência mundial de conservação e de combate às mudanças climáticas.
Entretanto, desde que Bolsonaro assumiu a presidência, o aumento na devastação da floresta foi de 39%, em comparação ao mesmo período do ano passado.
"A parte brasileira da Amazônia perdeu mais de 1.330 quilômetros quadrados de cobertura florestal desde que Bolsonaro assumiu o cargo em janeiro, um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a agência do governo que rastreia o desmatamento", diz o New York Times, em reportagem assinada por Letícia Casado e Ernesto Londoño.
"O sucesso do Brasil em desacelerar a taxa de desmatamento torno-se um exemplo internacional de conservação e o esforço para combater a mudança climática. Mas com a eleição do presidente Jair Bolsonaro, um populista que foi multado pessoalmente por violar as regulamentações ambientais, o Brasil mudou substancialmente de rota, recuando dos esforços que fez para desacelerar o aquecimento global ao preservar a maior floresta tropical do mundo", diz o NY Times.
As duas tendências - o aumento do desmatamento e a crescente relutância do governo em enfrentar atividades ilegais - são preocupantes para pesquisadores, ambientalistas e ex-funcionários que afirmam que o mandato de Bolsonaro pode levar a perdas impressionantes de um dos recursos mais importantes do mundo.
Uma análise feita pelo NYTimes mostrou que as operações de fiscalização, realizadas pelo Ibama, diminuíram em 20%, quando comparadas ao mesmo período de 2018, no primeiro semestre deste ano.