Escrito por: Redação CUT

Dezenas de entidades assinam nota de solidariedade ao povo Guarani e Kaiowá

PM do MS atacou um grupo da etnia que ocupava uma área da Fazenda Borda da Mata, situada em um território ancestral dos índigenas

Divulgação

Dezenas de entidades assinaram uma nota de solidariedade ao povo Guarani e Kaiowá que, na madrugada da sexta-feira (24), foi atacado pela Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, no Tekoha Gwapo’y Mi Tujury, município de Amambai, que fica na fronteira com o Paraguai. 

Ao menos uma pessoa morreu e oito ficaram feridas. A vítima, segundo o site De Olho nos Ruralistas, foi identificada como Vito Fernandes, tinha 42 anos. Dois adolescentes da etnia estão em estado grave, ambos com perfurações por balas.

A ação violenta de PMs e fazendeiros foi contra um grupo de cerca de 30 indígenas que ocuparam uma área da Fazenda Borda da Mata, vizinha da Terra Indígena Amambai, situada em um territorio ancestral dos indígendas. O imóvel de 269 hectares pertence à empresa VT Brasil Administração e Participação, controlada por Waldir Cândido Torelli e seus três filhos: Waldir Junior, Rodrigo e um adolescente, com menos de 18 anos.

Além de solidariedade, as entidades que assinam a nota, repudiam “veementemente as ações violentas perpretadas pela polícia militar” e exigem a imediata suspensão da operação.

Confira aqui a íntegra da nota.

Corpo da vítima ainda não foi enterrrado

Os indígenas decidiram não enterrar o corpo de Vitor até a chegada de representantes do Ministério Público Federal (MPF) à cidade.

"Não vamos enterrar o corpo. Foi decidido esperar até amanhã a chegada de do Ministério Público Federal para que se chegue a uma decisão. Queremos enterrá-lo no local do conflito, que não é uma retomada, é uma reserva", disse Adalto Barbosa de Almeida, integrante da comissão Kaiua MS, ao G1.

Em nota, o Ministério Público informou que expediu no sábado (25) despacho determinando providências em relação ao conflito registrado entre indígenas da aldeia Amambai e forças policiais locais, em caráter de urgência.

Entre as providências solicitadas está a realização de perícia antropológica na retomada Guapoy, a fim de que se verifique a eventual violação de direitos no local ou que seja a ele correlata ou conexa. A perícia será conduzida por analista em antropologia do MPF entre 28 de junho e 1º de julho.