Escrito por: CUT Brasil, com informações da CUT-DF

DF: Depois de paralisação, rodoviários mantêm pressão e luta

Depois da paralisação, categoria mantém empresas de ônibus sob pressão e exige reajuste

CUT Brasília
Rodoviários do DF estão mobilizados desde julho, exigindo seus direitos.

Na última quarta-feiras (30/08), representantes dos rodoviários e das empresas de ônibus do Distrito Federal (Piracicabana, Urbi, Viação Pioneira, Auto Viação Marechal) participaram de audiência de conciliação, marcada depois da paralisação de advertência ocorrida na segunda-feira (28). A reunião durou mais de quatro horas e foi mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10º Região (TRT).  Entretanto, a audiência foi suspensa sem resoluções objetivas, transferindo a continuidade da negociação para um novo encontro, agendado para esta segunda (4/9).

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do DF, Jorge Farias, avalia que as negociações têm sido bastante árduas. Isso devido à resistência do setor patronal em atender as exigências dos trabalhadores, que querem reajuste salarial de 10%, além de aumentos no ticket-alimentação, na cesta-básica e nos planos odontológico e de saúde. “Vamos continuar as discussões e esperamos que, dessa vez, tenhamos avanços significativos para a categoria”, afirmou Jorge Farias.

Os rodoviários se mantêm mobilizados durante todo processo de negociação. Novas paralisações poderãon ser realizadas, caso a reivindicação dos trabalhadores não seja atendida.

A paralisação dos trabalhadores rodoviários do DF na segunda-feira da semana passada (28/08) deu uma chacoalhada nas empresas de ônibus do DF. Diante da pressão da categoria, o TRT decidiu mediar a negociação com os patrões. A primeira reunião ocorreu na tarde da própria segunda. As negociações continuaram na quarta, e serão retomadas hoje. Mas o Sindicato avisa que, caso não haja uma proposta das empresas que contemple a categoria, novas manifestações serão realizadas.

Mídia golpista

Em todas as paralisações dos trabalhadores rodoviários, os veículos de comunicação comercial, costumam agir sempre da mesma maneira: lançam matérias que, claramente, pretendem colocar a população contra a categoria, demonstrando que não têm nenhum compromisso com o interesse público e que são veículos a serviço dos interesses patronais.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários explica que as paralisações e greves são a única forma de conquistar melhorias à categoria. Segundo ele, o culpado maior pelo problema é o Governo do Distrito Federal (GDF), que se mostra displicente em solucionar o impasse entre empresas e trabalhadores.

“Nós do Sindicato defendemos nossos trabalhadores. O governo deveria prezar pela população, impedindo que as empresas fossem tão inflexíveis e desrespeitassem os rodoviários. O GDF deveria pressionar para que as empresas deixassem de ser tão mercenárias e abrissem mão de um pedacinho do lucro para que nós, rodoviários, pudéssemos ter condições melhores de trabalho e de vida”, explica Jorge Farias.

Ele também lembra que a reivindicação dos rodoviários não está baseada apenas em interesses da categoria, mas na promoção de um serviço de transporte coletivo digno à população. Historicamernte, transporte público no DF é de péssima qualidade, dominado por empresários bons de ganhar licitações e péssimos quando se trata de prestar um serviço de qualidade..

Os rodoviários reivindicam o reajuste salarial de 6%, pauta proposta ainda no primeiro semestre deste ano.

Em julho, os rodoviários realizaram a primeira ação para garantir a readequação salarial. Foi quando o sindicato patronal ofereceu à categoria uma reposição de 4% (referente à inflação) e se comprometeu a epresentar em 30 dias sua proposta de ganho real e de correção nos benefícios (vale-refeição, cesta básica e planos de saúde e odontológico).

Entretanto, de forma irresponsável e traiçoeira, as empresas voltaram atrás e recuaram da proposta, levando a negociação a um impasse..