DF: Inflexibilidade patronal pode levar rodoviários à greve
Intransigência dos patrões leva ao fracasso negociações mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho e a categoria pode deflagrar greve.
Publicado: 18 Setembro, 2017 - 15h53
Escrito por: CUT Brasília
Fracassou a tentativa final de negociação entre rodoviários e empresas de ônibus que atuam no Distrito Federal, realizada na manhã desta segunda-feira (18), na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10).
Sem resultados concretos, após meses de espera e tentativas de negociação com as empresas de ônibus Consórcio HP-Ita, Auto Viação Marechal, Viação Pioneira, Viação Piracicabana e Expresso São José, a expectativa é que a categoria caminhe para a greve.
A audiência de hoje foi marcada na sexta-feira (15), em mais uma tentativa de acordo entre as empresas e o Sindicato dos Rodoviários (Sittrater-DF). As partes tinham ficado de analisar a proposta final, apresentada pela vice-presidente no exercício da presidência da Corte, desembargadora Maria Regina Machado Guimarães - que previa 4,75% de reajuste salarial, 5% de aumento no ticket alimentação, 5,5% na cesta básica e 13,55% nos planos de saúde e odontológico.
Os patrões, entretanto, jogaram para o impasse e recusaram a proposta da Justiça do Trabalho. Com isso, a desembargadora deu 48 horas de prazo para que o sindicato dos rodoviários apresente sua defesa nos dissídios solicitados pelas empresas e para que os empregadores se manifestem sobre pedido feito pelo sindicato de reconsideração da liminar concedida pela desembargadora, no dia 28 de agosto, determinando os percentuais de circulação de veículos durante a paralisação realizada naquele dia.
Desde a retomada das negociações após a paralisação que aconteceu em 28 de agosto, o TRT-10 realizou várias reuniões entre as partes para tentar uma conciliação, que se mostrou inviável e foi declarada encerrada nesta segunda-feira, pela desembargadora Maria Regina encerrou a fase de tentativa de conciliação.
A falta de vontade dos patrões em chegar a um acordo nesta campanha salarial de 2017 ficou evidente nas audiências.
“A greve não está descartada”, afirma o dirigente do Sindicato dos Rodoviários do DF, José Carlos da Fonseca. Segundo ele, a direção do sindicato se reunirá na tarde desta segunda, para definir os rumos da mobilização dos rodoviários para a Campanha Salarial.
Na última audiência de negociação, o TRT propôs que as empresas pagassem aos rodoviários reajuste salarial de 4,30% mais abono de R$ 60,00 até o fechamento do próximo ACT, 6% de tíquete alimentação, 7% de reajuste na cesta básica.