Escrito por: André Accarini e Rosely Rocha
Presidente da CUT, Sérgio Nobre, avalia que a mobilização deste dia 7 de agosto cumpriu ‘com êxito’ o papel de chamar a atenção sociedade de que “o país precisa mudar de rumo”
Desde as primeiras horas deste 7 de agosto - Dia de Luta em Defesa do Emprego e da Vida – a mobilização de trabalhadores e trabalhadoras, organizados pela CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais, já indicava que a data seria um marco na luta contra o desgoverno de Jair Bolsonaro (ex-PSL).
Os protestos foram realizados por vários motivos, como o ataque à democracia, a entrega do patrimônio nacional por meio de privatização de empresas estratégicas para o desenvolvimento do Brasil, contra o desemprego e a falta de uma política de tire o Brasil da crise econômica profunda pela qual passa o pais.
Mas, em especial, as manifestações levaram às ruas o sentimento de comoção e solidariedade às famílias das cerca de cem mil vítimas da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), vidas que poderiam ter sido salvas, não fosse a falta de ações eficazes de enfrentamento à crise sanitária.
Em todo o país, cruzes foram colocadas em locais públicos para simbolizar o luto pelas vidas perdidas para o coronavírus.
Sérgio Nobre, presidente da CUT, afirmou que a mobilização é um dia de reflexão sobre o que acontece no país.
“Esta data mostra para a população brasileira que a marca de cem mil vidas perdidas não pode ser naturalizada. Não é natural. É o resultado do descaso de Bolsonaro com o povo brasileiro, por não ter tomado as medidas que anunciamos que o governo deveria tomar”, disse , lembrando que nem um ministro da Saúde, o Brasil tem.
A mobilização, de acordo com Sergio Nobre, cumpriu com êxito o objetivo de chamar a atenção do provo brasileiro que “o país precisa mudar de rumo”.
Manifestações ocorreram desde a manhã desta sexta-feira. No período da tarde também foram realizados diversos atos.
Em Belo Horizonte (MG), líderes da CUT-Minas, de sindicatos e de movimentos sociais realizaram um ato simbólico, com a colocação de faixas e cruzes na Praça da Estação, para denunciar o genocídio que deixa cerca 100 mil mortos em todo país por conta da ausência dos governos Zema e Bolsonaro frente a Pandemia do Covid-19.
Izabella Bomtempo (FBP-MG)
Em Caxias do Sul, interior do Rio Grande do Sul , foi realizado um ato simbólico na Praça Dante Alighieri, com manifestações da CUT-RS, centrais e sindicatos. Houve exposição de cruzes, lembrando as 100 mil mortes na pandemia do coronavirus.
Em Cuiabá, no Mato Grosso, o protesto também foi contra a política de ajuste fiscal e de privatizações de Paulo Guedes, ministro da Economia de Bolsonaro. Houve também protesto contra a violência contra as mulheres.
Em Fortaleza (CE) no Vila do Mar, às 16h, próximo ao Polo de Lazer da Barra do Ceará, teve início da concentração da carreata “Fora Bolsonaro”. A mobilização percorrerá os bairros da região em defesa da vida e solidariedade aos milhões de brasileiros e brasileiras que enfrentam a tragédia anunciada no Brasil.
Em Goiânia (GO), na Praça Cívica, um ato simbólico tambpem com a colocação de cruzes no chão da praça, marcou o luto pelas 100 mil vítimas da Covid 19 no Brasil. O estado de mais de 1.900 vítimas fatais. Vários sindicatos CUTistas participaram do ato, entre eles o Sindsaúde-Go, SINTEGO, Sintsep-GO, Sintfesp-Go/To, além de movimentos populares e sociais.
Deborah Queiroz e Cláudio Marques
Em Manaus (AM), o protesto foi realizado na escadaria do Teatro Amazonas, também com a colocação de cruzes em homenagem às vítimas do novo coronavírus.
Em Natal (RN), várias cruzes foram colocadas na praia do Meio, simbolizando os cem mil mortos pela Covid-19.
Na Praça do Derby no Recife (PE) , a CUT Pernambuco, centrais sindicais, movimentos sociais e populares se mobilizaram no Dia Nacional de Luto e Luta. Cruzes, balões pretos, faixas e cartazes expressam a indignação contra as 100 mil da COVID-19 e o descaso do governo Bolsonaro.
No Rio de Janeiro, o ato foi realizado no Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo. Foi realizada também mais uma edição da Marmita Solidária, organizada pela CUT, sindicatos e movimentos sociais, com distribuição de 300 refeições à população carente, com alimentos agroecológicos produzidos pela agricultura familiar nos assentamentos organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A Confederação de Trabalhadores da Colômbia (CTC) se solidarizou à luta contra o governo genocida de Bolsonaro neste dia 7 de agosto. “CTC Colômbia, unida com CUT Brasil e o povo brasileiro pela vida e emprego. Sem mais mortes. Fora Bolsonaro”, disse o presidente da entidade, Luis Miguel Morantes Alfonso.
A União Geral de Trabalhadores (UGT) da Espanha também publicou nota se somando à luta dos brasileiros. “A experiência brasileira demonstra a falsidade do dilema entre saúde e economia. O gigante sul-americano não apenas enfrenta o maior número de infecções e mortalidade na América Latina, mas também está experimentando um enorme impacto em sua economia, com a enorme perda de empregos e empresas”, diz trecho da nota, saudando e apoiando a unidade das centrais brasileiras na luta contra o desgoverno Bolsonaro.
A central de sindicatos independentes das Ilhas Maurício (Congress of Independent Trade Unions /CITU), na Àfrica Oriental, também enviou nota de solidariedade aos trabalhadores brasileiros. Pierre Lan, representante da entidade, lamentou os imapctos devastadores da Covid-19 sobre os trabalhadores brasileiros. "
"Desejamos que seus líderes sigam as recomendações da Organização Mundial da Saúde e não o líder errado do mundo ocidental. Os trabalhadores nas ilhas Maurício expressam sua solidariedade com sua organização em sua luta para garantir um país e um local de trabalho mais saudáveis", diz trecho da nota.