Escrito por: Contraf-CUT

Dia do Bancário: Celebração de uma história de conquistas e lutas

Contraf-CUT

Nesta quarta-feira (28), é celebrado o Dia do Bancário, uma data significativa que marca as conquistas e a trajetória de luta das bancárias e dos bancários em todo o Brasil. Oficializada em 1952, por deliberação do 4º Congresso Nacional dos Bancários, a data foi transformada em lei em 1964 e hoje é feriado em mais de mil cidades brasileiras, reconhecida por legislações municipais e estaduais.

A história dos bancários é marcada por vitórias que servem de exemplo para outras categorias profissionais, não apenas no Brasil, mas ao redor do mundo. Um dos maiores marcos dessa trajetória é a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que completa 32 anos em 2024. A CCT dos bancários é nacional e unificada, garantindo direitos que vão além do previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Hoje, quando se fala em "CLT Premium," muitos pensam nos bancários e seus direitos, como vale-refeição, plano de saúde, bônus por desempenho, e até cursos pagos pelo empregador. No entanto, eles não foram dados de graça. É crucial entender que esses direitos extras são frutos de muita luta e organização sindical. Eles foram conquistados ao longo de décadas de mobilizações e negociações, não só pelos bancários, mas por diversas categorias profissionais no Brasil.

Neste contexto de conquistas históricas, é importante lembrar que o cenário do emprego no Brasil passa por transformações significativas. O país registrou um boom de empregos, com quase 102 milhões de pessoas trabalhando atualmente. A taxa de desemprego caiu de 7,3% para 6,9% no segundo trimestre de 2024, a menor para o período em dez anos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do IBGE. Esses números têm gerado debates, especialmente nas redes sociais, sobre o que é melhor para os trabalhadores.

Enquanto alguns defendem o emprego com carteira assinada, outros ainda confundem empreendedorismo com relações de trabalho precarizadas, acreditando que a autonomia pode substituir a segurança oferecida pela CLT. No entanto, ter um contrato formal pela CLT garante uma série de direitos fundamentais, como jornada de trabalho de até 44 horas semanais, férias remuneradas, 13º salário, FGTS, seguro-desemprego, licença-maternidade/paternidade, entre outros.

"Neste Dia do Bancário, é fundamental reconhecer e celebrar a importância dessas conquistas, que garantem não apenas melhores condições de trabalho, mas também uma vida mais digna para milhões de trabalhadores em todo o país. Que essa data inspire novas gerações a continuar lutando por mais direitos e melhores condições de trabalho para todos", afirmou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

História de luta e conquistas

A data de 28 de agosto foi escolhida em homenagem à greve de 1951, quando os bancários paralisaram suas atividades por 69 dias. Naquela época, a Lei de Greve, apesar do nome, não garantiu o direito de greve e impôs severas restrições e mecanismos de controle pelo governo. No entanto, os bancários heroicamente conquistaram um reajuste salarial de 30%, superior aos 20% oferecidos pelos bancos.

Essa mobilização histórica não só garantiu melhorias salariais, como também fomentou a criação de sindicatos de bancários em várias regiões do país. Outro legado significativo foi a contestação dos dados oficiais de inflação do governo da época, o que levou à criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Dieese nasceu com a missão de fornecer aos trabalhadores dados estatísticos confiáveis e independentes dos órgãos governamentais, fortalecendo a luta por direitos justos.

O dia 28 de agosto também marca a fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 1983, ainda sob o regime militar. Esta data é, portanto, especial não apenas para os bancários, mas para toda a classe trabalhadora brasileira.