Dia do Jornalista reforça defesa da profissão e diploma para o exercício
Defender o jornalismo é defender a democracia. Mas isso exige liberdade de imprensa, proteção contra ameaças e condições dignas de trabalho, afirma presidenta da Fenaj
Publicado: 07 Abril, 2025 - 15h10 | Última modificação: 07 Abril, 2025 - 15h16
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Luiz R Cabral

O Dia do Jornalista, celebrado neste 7 de abril, reforça o simbolismo da profissão em tempos marcados pela desinformação e pelo enfraquecimento das relações trabalhistas. A data reacende o debate sobre a valorização da atividade jornalística, com entidades representativas da categoria cobrando do poder público e da iniciativa privada ações concretas em defesa da dignidade profissional.
Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entre 2013 e 2023, o setor perdeu cerca de 18% dos empregos formais, sinalizando um processo acelerado de precarização. “Esse cenário impõe à categoria o desafio de sobreviver e manter o compromisso com a informação de qualidade”, afirma Samira de Castro, presidenta da Fenaj.
Apesar do ambiente adverso, a mobilização da categoria se fortalece em torno de pautas históricas. Uma das principais bandeiras é a retomada da exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão — requisito suspenso pelo Supremo Tribunal Federal em 2009, após ação movida pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de São Paulo. Para a Fenaj, reverter essa decisão é etapa fundamental na valorização dos profissionais da notícia.
A entidade também destaca a necessidade de políticas públicas de estímulo à atividade jornalística. “Defender o jornalismo é defender a democracia. Mas isso exige liberdade de imprensa, proteção contra ameaças e condições dignas de trabalho”, reforça Samira.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (Sjpmrj) corroborou com o posicionamento da Fenaj. Em nota para comemorar o dia do jornalista, a entidade publicou:
“Precisamos corrigir o erro colossal cometido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que, desde a decisão de 2009, derrubando essa prerrogativa, estimulou o desmonte da profissão, o aumento da atuação de disseminadores de fake news, fraudes na contratação de profissionais, descontrole nos registros profissionais, redução salarial, entre outras mazelas.
E para mudar esse quadro só há um caminho: manter a luta em defesa dos nossos direitos, das liberdades de expressão e de imprensa e da democracia brasileira. Sem jornalismo não há democracia. E sem jornalista não há jornalismo”.
“ Essa é uma luta que está na base das homenagens feitas pelos jornalistas no dia 7 de abril. Inclusive, estamos, agora, de hoje até o dia 11, em Brasília, mobilizados em defesa da PEC do diploma. A nossa pauta é clara: queremos o retorno da obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Infelizmente, a gente não tem muito o que comemorar, justamente por conta dessa perda, que impactou diretamente a valorização da nossa categoria." Afirmou Virgínia Berriel, Coordenadora do Sjpmrj.
Com informações da Agência Brasil