Escrito por: CUT RS

Dia do Servidor Público é marcado em Porto Alegre por protestos contra PEC 32

O ato iniciou em frente ao Palácio Piratini, com a participação de servidores das três esferas (municipais, estaduais e federais), deputados e vereadores.

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O Dia da Servidora e do Servidor Público, celebrado nesta quinta-feira, 28 de outubro, foi mais um dia de luta contra os ataques aos direitos dos governos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB).

A mobilização organizada pela CUT-RS, centrais sindicais e Frente dos Servidores Públicos (FSP-RS), que levou centenas de trabalhadores e trabalhadoras do serviço público às ruas, repudiou principalmente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020, a chamada reforma administrativa de Bolsonaro e do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes. Trata-se do fim dos serviços públicos para a população que mais precisa de saúde e educação.

O ato iniciou em frente ao Palácio Piratini, com a participação de servidores das três esferas (municipais, estaduais e federais), deputados e vereadores.

Derrotar a PEC 32

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, parabenizou servidores e servidoras e frisou que Bolsonaro, Leite e Melo seguem a política neoliberal, que é retirar direitos, vender estatais e entregar serviços públicos para a iniciativa privada, a fim de implementar o projeto do estado mínimo para a maioria da população. Ele destacou a importância dos serviços públicos executados por servidores concursados e valorizados.

“A lógica da democracia e do estado democrático de direito é o serviço público prestado por servidores com carreiras e é assim que funciona em todo mundo”, lembrou. “Vocês são a imagem e a semelhança da resistência e da luta”, disse Amarildo. “Sem vocês, teríamos mais de um milhão de mortes”, projetou ao destacar o valor do trabalho dos profissionais da saúde no enfrentamento da pandemia.

Amarildo reafirmou o compromisso de luta da CUT para derrotar a PEC 32 e defendeu “um “Brasil justo e soberano” e “Fora Bolsonaro”.

Quem votar contra os serviços públicos não volta

“Estamos nas ruas para protestar e exigir que os deputados votem contra a PEC 32 e nós estamos avisando: quem votar a favor da PEC 32 não vai voltar, assim como não voltaram metade dos que votaram a favor da reforma trabalhista”, alertou o diretor da CUT-RS e do Sindicato dos Trabalhadores da Justiça Federal e do Ministério Público da União (Sintrajufe-RS), Marcelo Carlini,

“A aliança e unidade dos servidores das três esferas é a nossa força que vai derrotar a PEC 32 e a força do povo brasileiro vai botar pra fora o governo Bolsonaro e Mourão e os seus generais”, apontou o dirigente. “Ninguém aguenta mais esse governo.”

Votar errado tem consequência

A presidente do Centro dos Professores do Estado (CPERS), Helenir Aguiar Schürer, denunciou a tentativa do governo de comprar votos com emendas parlamentares. “Mesmo com Bolsonaro oferecendo R$ 20 milhões a cada deputado, ainda não conseguiu os votos necessários. E se depender de nós, não vai conseguir. Continuaremos nas ruas até que essa PEC seja reprovada”, disse.

Helenir também frisou a sintonia entre Bolsonaro, Leite e o Melo e salientou a importância de barrar a retirada dos ataques orquestrados por eles. “O que estamos passando é consequência do erro de voto. Não podemos aceitar com naturalidade o ponto em que chegamos, com pessoas assaltando caminhão de lixo para se alimentarem”, alertou.

Houve também manifestações da CTB-RS, Intersindical, CSP-Conlutas, Pública e Fórum Sindical, bem como de vários sindicatos como o Sindiserf-RS, Sindisepe-RS, Sintrajufe-RS, Sindijus-RS e Adurgs Sindical.

Eduardo Leite é o Bolsonaro de sapatênis

“Eduardo Leite tem massacrado os servidores, especialmente da educação e da saúde. Ao mesmo tempo temos um governo federal comandado por um genocida. A CPI mostrou que Bolsonaro cometeu crimes contra a humanidade. Ele é o responsável pelas mortes de mais de 600 mil brasileiros”, destacou a deputada estadual Luciana Genro (PSOL).

A deputada estadual Sofia Cavedon (PT) enfatizou a necessidade da luta contínua contra a destruição dos direitos do funcionalismo e dos serviços públicos. “Esse país está sendo saqueado. Melo, Leite e Bolsonaro não cansam de nos atacar. E quando nos atacam, atingem aqueles que mais precisam dos serviços que prestamos.”

O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) destacou que o corte de direitos historicamente conquistados como a retirada do plano de carreira do magistério estadual, é um projeto desumano. “É um projeto cruel. Eduardo Leite é o Bolsonaro de sapatênis. Estamos juntos na resistência pelos direitos dos trabalhadores e pela preservação dos serviços públicos.”

“Bolsonaro tem seu representante estadual aqui no Piratini. E o governador tem sua representação no Paço Municipal. Todos defendem o projeto neoliberal, que na prática é o fascismo. Agora é o momento exato de lutarmos contra isso”, disse o vereador Pedro Ruas (PSOL).

A manifestação encerrou em frente ao Paço Municipal, onde o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) já estava concentrado. Todos entoaram o canto de parabéns pelo Dia da Servidora e do Servidor Público, protestaram novamente contra a PEC 32 e exigiram o impeachment de Bolsonaro.