Dia Internacional do Trabalhador volta às ruas em 2022
Em defesa do emprego, direitos, democracia e pela vida, atos estão sendo organizados em todo o Brasil. Em São Paulo, CUT e centrais farão grande evento durante todo o dia 1° de maio na Praça Charles Muller
Publicado: 18 Abril, 2022 - 16h18 | Última modificação: 19 Abril, 2022 - 18h01
Escrito por: Redação CUT/Texto: André Accarini | Editado por: Marize Muniz
Este ano, os eventos do 1° de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, voltam a ser presenciais, depois de dois anos da pandemia que matou mais de 662 mil brasileiros – muitos morreram por falta da vacina que o governo de Jair Bolsonaro (PL) demorou a comprar.
Em São Paulo, o ato será unitário e vai reunir a CUT e as centrais, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, Intersindical - Central Da Classe Trabalhadora, e Publica, na Praça Charles Muller (Pacaembu), a partir das 10h da manhã. A expectativa é de que 100 mil pessoas passem pela praça durante todo o dia. Além de Daniela Mercury, já estão confirmadas as presenças de Leci Brandão, Francisco El Hombre, Dexter e DJ KL Jay. Outras atrações e intervenções serão divulgadas posteriormente.
O evento será transmitido ao vivo para todo o Brasil pelo portal e redes da CUT (@CUTBrasil), centrais sindicais e pela TVT, nas redes sociais (@RedeTVT).
A TVT também transmitirá em sinal aberto pela TV, em São Paulo, no canal 44.1 e no ABC pelo canal 512 da Net.
Além de São Paulo, a programação do Dia Internacional do Trabalhador inclui eventos em diversas cidades onde atos estão sendo organizados.
1° de Maio em 2022
Sem nada a comemorar pelo menos desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Rousseff e impôs aos trabalhadores uma agenda de retirada de direitos previdenciários (com a reforma Previdenciária de Bolsonaro, aprovada em 2019) e a trabalhista do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), a data será de reflexão sobre o mundo do trabalho e também de luta contra os ataques aos direitos.
Recentemente, as centrais sindicais divulgaram a Pauta da Classe Trabalhadora, documento unitário das centrais aprovado na Conferência da Classe Trabalhadora 2022 (Conclat-2022), em 7 abril, com 63 reivindicações e propostas que vão orientar os debates do dia 1º de Maio.
Entre as propostas estão desenvolvimento sustentável com geração e emprego e renda. Emprego decente, afirmam os sindicalistas. Isso porque, além das altas taxas de desemprego, os trabalhadores sofrem com empregos precários sem carteira assinada e a informalidade que disparou depois de 2016.
Leia Mais: Índice de desemprego fica em 11,2% e atinge 12 milhões de trabalhadores
A preocupação não é só com trabalhadores formais, os sindicalistas querem assistência, proteção social e direitos trabalhistas para categorias como os motoristas de aplicativos, ‘profissão’ que cresceu durante a pandemia, muito em função da migração de profissionais desempregados de outras áreas. Ou seja, trabalhadores que ficaram sem renda e sem emprego por falta de uma política de proteção do Estado, por falta de investimentos públicos.
Democracia acima de tudo
Neste 1° de Maio, a classe trabalhadora também leva às ruas o grito por democracia, duramente atacada pelo governo Bolsonaro como forma de cercear direitos dos trabalhadores, além de ser estratégia para se perpetuar no poder. Bolsonaro já fez diversos ataques às instituições democráticas brasileiras como o Supremo Tribunal Federal (STF) e à própria urna eletrônica, principal instrumento do povo brasileiro para exercer cidadania, suscitando dúvidas sobre sua segurança e, com isso, dúvidas também sobre ele querer dar um golpe e cancelar as eleições.
“A democracia é o regime que mais protege o povo. Em todos os regimes de exceção quem mais sofreu foi a classe trabalhadora porque os golpes sempre têm uma motivação civil, de interesse da elite econômica. É por isso que nós sempre vamos defender a democracia com todas as nossas forças”, diz Vagner Freitas, vice-presidente da CUT.
Para o dirigente, o que incomodou a elite e resultou no golpe foi a trajetória de ascensão econômica e social proporcionada pelas políticas públicas implementadas pelo governo do ex-presidente Lula.
“Toda vez que o povo sobe um degrau na escala da ascensão social, como ocorreu nos governos de Getúlio Vargas e Lula, a elite ataca a democracia para retirar direitos do povo”, afirma o vice-presidente da CUT.
Por isso, destaca, a importância deste 1° de Maio: “Estamos em um ano atípico, de tudo ou nada, e é a classe trabalhadora que tem a voz e o poder de mudar a situação que vivemos. Este 1° de Maio é um marco porque depois de muito tempo de isolamento, o povo estará nas ruas novamente e será o nosso recado de que venceremos a batalha contra o ataque aos nossos direitos”, conclui Vagner Freitas, em uma referência às eleições de outubro deste ano que vai escolher no novo presidente da República.
O evento
Se por um lado, o Dia 1° de Maio é uma data de consciência política, por outro é de celebração, mas também com essa característica. Assim como todas as expressões artísticas de grandes nomes (como Chico Buarque, Caetano e Gilberto Gil), durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985) levavam música, poesia e conscientização à população, este ano, o 1° de Maio também vai trazer ao público shows de artistas engajados na luta pela democracia, como Daniela Mercury e Leci Brandão, entre outros.
Outras atrações e intervenções culturais serão divulgadas posteriormente.
Convocação
Nesta terça-feira (19), a partir das 10h, a CUT e centrais estarão na Praça Ramos de Azevedo (Teatro Municipal), na capital paulista, entregando panfletos à população, alusivos ao 1° de Maio no Pacaembu, com todas informações como horários e atrações.