Escrito por: Flaviana Serafim, do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

Diário de S.Paulo: dissídio de greve termina sem acordo

Próxima audiência será na quarta (25) quando jornalistas estarão no 15º dia de greve.

Cadu Bazilevski / SJSP

A audiência do dissídio coletivo de greve do jornalistas do Diário de S.Paulo terminou sem acordo na tarde desta sexta-feira (20), no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2-SP), no centro da capital paulista. Os representantes do jornal não apresentaram nenhuma proposta concreta de negociação para os pagamentos que estão há meses em atraso e uma nova audiência foi marcada para a próxima quarta-feira (25), às 15h30.

A greve completa 13 dias nesta segunda-feira, com adesão de mais de 90% dos jornalistas, que seguem mobilizados lutando pelo recebimento de salários, benefícios, férias e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

No TRT2-SP, a empresa alegou que está sem recursos porque tem créditos de publicidade para receber da Casa Civil e da Cia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), mas os valores ainda foram não foram pagos porque o Diário não tem Certidão Negativa de Débitos (CNB).

O desembargador Carlos Roberto Husek deferiu o pedido do Diário para que a Casa Civil estadual e a Sabesp sejam intimadas para comparecer à audiência e esclarecer sobre a possibilidade de quitação dos valores, bem como o pedido do Sindicato dos Jornalistas para que os créditos eventualmente liberados sejam utilizados exclusivamente para o pagamento dos salários e outras obrigações trabalhistas em atraso.

Contudo, a bancada dos trabalhadores e trabalhadoras alegou que a publicidade da Casa Civil e da Sabesp não é a única fonte de recursos do Diário, pois o jornal tem anunciado propaganda de diversas empresas privadas como emissoras de TV, espaços culturais, cinemas, concessionárias, montadoras e universidades, além de publicidade legal como editais e comunicados. 

Os jornalistas cobraram transparência na divulgação desses dados e o desembargador deferiu o pedido, e a empresa terá que apresentar as informações sobre esses recursos na próxima audiência.

No caso dos jornalistas celetistas, parte da redação recebeu o valor referente ao adiantamento salarial no último dia 20 de agosto, mas o saldo restante e o salário de setembro continuam pendentes. Para os que são contratados como Pessoa Jurídica (PJ), há profissionais que receberam em agosto o valor referente a julho e, desde então, não tiveram mais nenhum pagamento pela prestação do serviço. 

Fundo de greve

Para contribuir com despesas emergenciais dos grevistas, o Sindicato dos Jornalistas criou um Fundo de Greve Especial. A gestão dos valores arrecadados será feita por uma comissão, formada pelos profissionais do Diário de S.Paulo, e as contribuições serão utilizadas de acordo com a necessidade dos trabalhadores e trabalhadoras.

É possível colaborar depositando qualquer quantia na seguinte conta bancária:
Caixa Econômica Federal
Agência 4070
Conta corrente operação 003/0001143-3
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
CNPJ 62.584.230.0001-00