Jornalistas do Diário de SP cruzam os braços

A empresa ainda não efetuou os pagamentos e nem apresentou qualquer proposta

Flaviana Serafim

Os jornalistas do Diário de S.Paulo entraram em greve na tarde desta terça-feira (10) e cruzam os braços por tempo indeterminado em protesto contra os atrasos de salários, benefícios, férias e no recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A paralisação havia sido decidida na semana passada e foi ratificada por ampla maioria, pois a direção da empresa ainda não efetuou os pagamentos e nem apresentou qualquer proposta para abertura de negociação, apesar de ter sido notificada formalmente pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).

Os trabalhadores e trabalhadoras têm enfrentado constantes atrasos salariais e o cenário de precarização se aprofunda no jornal. Dentre os profissionais da redação, alguns contratados diretamente receberam o salário de agosto, mas o de setembro continua pendente.

No caso dos que trabalham como Pessoa Jurídica (PJ), uma parte recebeu, no início de setembro, o valor referente ao serviço prestado em julho e, para outros, o último pagamento foi em 20 de agosto. Por isso, diante do quadro, a organização e a mobilização coletivas com paralisação das atividades foram o caminho para tentar resolver o impasse.

Não é a primeira vez que os jornalistas do Diário se mobilizam em protesto contra os atrasos nos pagamentos, pois o problema se arrasta desde 2016, no caso dos salários, benefícios e férias e, quanto ao FGTS, desde 2014 há problemas no recolhimento.

Em janeiro último, além do não pagamento pela empresa, os profissionais enfrentaram condições precárias de trabalho na redação, como telefone cortado, falta de água, ar condicionado quebrado e contratação de estagiários pejotizados.

Nesta quarta-feira (11), às 15h, os jornalistas discutirão os rumos do movimento grevista e realizarão nova assembleia às 15h, em frente à sede do Diário, na zona oeste da capital paulista.