Dieese-CNM/CUT
Metalúrgicos já são 2,1 milhões em todo o país
Publicado: 29 Agosto, 2008 - 11h21
Escrito por: CNM/CUT
A subseção Dieese da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), divulgou nesta quinta-feira (28) mais um estudo que retrata a realidade do trabalhador metalúrgico no Brasil. Em junho, a indústria metalúrgica registrou a marca de 2,1 milhões de trabalhadores no setor.
Indicadores: Veja o estudo completo clicando aqui (PDF - 282Kb)
Com mais essa marca, os metalúrgicos voltam a patamares vistos pela última vez em 1991. As vagas criadas neste ano representam +5,9% de crescimento, com 116 mil novos postos de trabalho. Em 2007 o saldo entre admitidos e demitidos no mesmo período ficou em 92.499 postos de trabalho, equivalente a +5,1%. Em relação aos últimos cinco anos, este é o maior crescimento, empatando apenas com 2004.
A região Sudeste ainda é a que mais emprega trabalhadores no ramo. São 1.402.053 metalúrgicos, contra 472.091 no Sul, 97.049 no Nordeste, 94.139 no Norte e 34.442 no Centro Oeste. Mas nas regiões Centro Oeste e Sul todos os estados tiveram crescimentos acima da média média nacional (9,08% e 7,97% respectivamente). Os Estados que mais se destacaram foram Alagoas (16,37%), Espírito Santo (13,59%), Goiás (11,32%) e todos os estados da região sul.
As maiores campanhas salarias do país, em SP e MG, acontecem justamente neste momento, em que o crescimento não só do emprego, mas principalmente da produção bate recordes no Brasil. Entre janeiro e junho deste ano, as montadoras produziram 1,68 milhão de unidades, o que representa um volume 21,3% maior em relação ao período de janeiro a junho de 2007. "Queremos que os patrões repartam uma fatia desse bolo gigante com a classe trabalhadora, que é o ator principal de todo este processo", disse o secretário-geral da CNM/CUT, Valter Sanches.
Além disso, a indústria de transformação teve o melhor primeiro semestre desde 2003, quando se iniciou a série histórica dos Indicadores Industriais, medidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a entidade, as altas de 8,4% no faturamento real do setor já descontados os efeitos sazonais e de 5,9% nas horas trabalhadas, no primeiro semestre deste ano, são os maiores para o período. A utilização da capacidade instalada, de 83,3% em junho, também é a mais elevada, desde 2003.
E é por tudo isso que desde o início do governo Lula, já são 639.625 novos postos de trabalho. Isto representa um crescimento de 43,8% no número de trabalhadores desde 1º de janeiro de 2003. O setor, que chegou a empregar 2,8 milhões de metalúrgicos, em 1987, passou por crises e viu o número de carteiras assinadas cair assustadoramente, chegando a -52% em dez anos. Assim, 1,5 milhão de trabalhadores deixaram as empresas naquele período.
O pior momento do setor foi em janeiro de 2000, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, com apenas 1,2 milhão de trabalhadores metalúrgicos empregados. Entre os anos de 1995 e 2002, no governo anterior, o número de trabalhadores da base teve um corte de 91.632 vagas (-6,2%).
Rotatividade ainda é um problema
Segundo a a técnica do Dieese-CNM/CUT, Adriana Marcolino, a rotatividade no setor chegou a 20,4% no período. "Nos estudos, podemos observar que a rotatividade nos setores da indústria metalúrgica no primeiro semestre registrou 468 mil admitidos, mas 351,7 mil foram demitidos. O que gera um verdadeiro rombo nos cofres públicos, por conta do pagamento do seguro-desemprego". Para 2008, está previsto um gasto de R$13 bilhões com o benefício. "A rotatividade aumentou em 3,6 pontos percentuais no período, em relação a 2007", concluiu Marcolino.
Negociações Coletivas em 2008
Os aumentos salariais acima da inflação conquistados pelos sindicatos trazem benefícios para todo o país. Na maioria das negociações até junho, os sindicatos filiados à CNM/CUT conquistaram aumentos reais entre 2,01% e 2,50%. Desde 2004 o aumento médio real ficou na casa dos 11,5%. Os valores provenientes destes aumentos movimentam a economia, geram mais empregos e renda nas localidades onde vivem os trabalhadores metalúrgicos.
Para o presidente da CNM/CUT, Carlos Alberto Grana, os números positivos da economia deixam claro que este é o momento propício para os trabalhadores conquistarem importantes avanços durante as negociações. "Em 2008, os metalúrgicos da CUT continuarão buscando o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, como instrumento para eliminação das desigualdades regionais e de reivindicação de divisão dos ganhos obtidos neste período de farto crescimento não só do setor metalúrgico, mas de todo o país", afirmou.
Entre as reivindicações da pauta nacional está a implantação de um piso nacional de salários, a redução da jornada para 40 horas semanais e a ratificação da Convenção 158 da OIT, contra a demissão imotivada.