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Dilma diz que Lula está indignado com a situação da Petrobras

“Os nossos governos fizeram um grande esforço para transformar o petróleo do nosso pré-sal em uma riqueza para os brasileiros. Além do grande esforço para alcançar a autossuficiência na produção”, disse Lula

Publicado: 01 Junho, 2018 - 12h51 | Última modificação: 01 Junho, 2018 - 12h55

Escrito por: Denise Veiga, especial para o Portal CUT

Ricardo Stuckert
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Após visitar o ex-presidente Lula, nesta quinta-feira (31), a presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, conversou com dezenas de pessoas que estavam na Vigília Lula Livre, nas redondezas da Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde Lula é mantido como preso político desde o dia 7 de abril, e disse que ele está bem e com a moral elevada, apesar da indignação com a perseguição que o mantém privado da liberdade e da situação da Petrobras.                                                                                  

De acordo com Dilma, o governo golpista atuou para reduzir a produção da Petrobras e “dolarizar” o petróleo brasileiro. “Talvez seja uma ferramenta para abrir o mercado brasileiro desnecessariamente à importação de petróleo”, criticou.

Dilma contou que, para o presidente Lula, não há lógica para a política de preços dos combustíveis adotada pela atual gestão da Petrobras, que  hoje é comandada por Pedro Parente.

“Os nossos governos fizeram um grande esforço para transformar o petróleo do nosso pré-sal em uma riqueza para os brasileiros. Além do grande esforço para alcançar a autossuficiência na produção”, disse Dilma, relatando trecho do diálogo que teve com Lula. 

“Agora, estão querendo atrelar o preço do nosso petróleo ao do mercado internacional. Por que? Por reivindicação dos acionistas da Petrobras”, criticou.

Segundo ela, esses investidores, que são a minoria na estatal, não deveriam e nem poderiam ser a palavra  final na Petrobras. “O acionista majoritário é o Brasil, ou seja, nós os brasileiros, e não faz sentido que os interesses de petrolíferas estrangeiras se sobreponham aos interesses do povo, da necessária soberania nacional.”

“Qual é a lógica de defender os acionistas minoritários e não os majoritários. É um absurdo que um país como o Brasil se submeta as regras das empresas internacionais”, completou.

Ricardo StuckertRicardo Stuckert

Segundo ela, o presidente Lula, com sua indignação, disse que estão tratando o Brasil como uma ‘republiqueta’ qualquer.

A defesa do livre mercado, diz Dilma, não justifica aceitar passivamente o preço internacional do barril para determinar tarifas praticadas nacionalmente.

“Porque o preço mundial do petróleo não é determinado no livre mercado. Ele acompanha as conjunturas políticas internacionais, tensões em zonas de conflitos e bloqueios econômicos”, disse.

Os ajustes nas taxas de juros norte-americanos, que fazem com que o dólar suba, configuram outra justificativa para que o “petróleo brasileiro não seja dolarizado”, afirmou Dilma.

Indignação com prisão injusta

Ao encerrar sua fala e se despedir da militância que segue firme há mais de 50 dias na Vigília, Dilma disse que o presidente está indignado com a injustiça de sua prisão política.

“Ele fica lembrando das importantes realizações do governo do PT, que tirou milhões de brasileiros da linha da pobreza e do desemprego, descobriu o pré-sal e a ampliou as refinarias da Petrobras, e sempre reforça a mensagem de que se mantém confiante no restabelecimento da democracia no Brasil”.