Escrito por: Jornal GGN
A presidente já havia sinalizado a aliados de que queria fazer a sua defesa no julgamento
A presidente afastada Dilma Rousseff decidiu que fará presencialmente sua defesa no julgamento do impeachment no Senado. "Será a manifestação de uma presidente que irá ao Senado e que está sendo julgada por um processo de impeachment sem crime de responsabilidade", disse Dilma à Folha de S. Paulo.
A presidente já havia sinalizado a aliados de que queria fazer a sua defesa no julgamento, evitando nesta fase que o advogado José Eduardo Cardozo argumente por ela. Os aliados e defensores da presidente afirmam que Dilma "cresce na adversidade", lembrando que, quando era ministra, "destruiu" o oposicionista José Agripino ao ser confrontada por ele em uma sessão.
O desejo agora é oficial. Dilma disse que comparecerá e que, ao contrário do que divulgou a imprensa, não teme ser questionada por seus oponentes e possíveis ataques no plenário do Senado. Alertou que estará disposta: "Se eles quiserem que o Brasil veja um show do tipo de 17 de abril [quando ocorreu a votação do impeachment na Câmara]...", disse.
"Nunca tive medo disso. Aguentei tensões bem maiores na minha vida. É um exercício de democracia", afirmou, enfática, em resposta ao questionamento se não tinha receio de atitudes agressivas de senadores e também à publicação do Painel, da Folha, que divulgava nesta manhã: "Problema: não será discurso, mas um interrogatório".
Será a primeira vez que a presidente afastada comparece ao Congresso para se defender do impeachment.