Dirigente do PT na Argélia, Luísa Hanune sai da prisão depois de 9 meses
Hanune teve sua liberdade decretada e sua pena reduzida, mas vai recorrer da decisão. Ela afirma também que não vai descansar enquanto os outros presos políticos não estiverem livres
Publicado: 11 Fevereiro, 2020 - 15h31 | Última modificação: 11 Fevereiro, 2020 - 16h33
Escrito por: Redação CUT
Na noite da última segunda-feira (10), a Secretária-Geral do Partido dos Trabalhadores (PT), na Argélia, Luísa Hanune, saiu da prisão militar de Blida, onde era mantida presa política há nove meses por “complô contra o Estado e as Forças Armadas”.
No dia 9 de maio de 2019, Hanune, uma das lideranças perseguida pelo governo da Argélia, foi presa por participar das manifestações reinvindicando eleições livres e pela democracia (Hirak), que ocorrem todas as sextas-feiras no país desde fevereiro do ano passado.
Luísa teve sua liberdade decretada após julgamento do recurso de seus advogados que resultou na diminuição de sua pena de 15 anos para 3 anos com 9 meses de prisão fechada por “não haver denunciado uma reunião secreta”.
Recebida com festa por seus companheiros e suas companheiras de partido e outras personalidades e militantes que aguardavam o resultado do julgamento do lado de fora do tribunal militar, Luísa declarou que vai recorrer da nova sentença e que não descansará enquanto todos os demais presos políticos da “Hirak” sejam postos em liberdade.
Apoio da CUT
A CUT foi uma das primeiras organizações que denunciou a prisão de Luísa Hanune e exigiu a sua libertação imediata e incondicional em nota da Secretaria de Relações Internacionais, em 9 de maio de 2019.
Campanha pela liberdade de Luísa
Uma campanha internacional pela liberdade da petista foi realizada em 101 países de todos os continentes. No Brasil, além da CUT, também participaram da campanha o PT, PCdoB, PSOL, parlamentares desses e outros partidos, organizações sindicais e populares - como o MST, a CMP e a UNE- além de centenas de militantes e personalidades democráticas.
Lula em defesa de Luísa livre
O ex-presidente Lula, sabendo que Luísa, como coordenadora do Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos, foi incansável na promoção da campanha “Lula Livre” em escala internacional, se somou à campanha pela sua libertação.
Lula enviou duas cartas a Luísa. Uma em maio, assim que ela foi presa, e outra em 22 de outubro, depois da condenação dela em setembro.
Nota do PT da Argélia sobre a libertação de Luísa
O PT da Argélia soltou uma nota nesta terça-feira (11) sobre a liberdade da Secretária-Geral do partido da qual extraímos os trechos abaixo:
“O Partido dos Trabalhadores saúda e envia seus agradecimentos a todos os partidos, sindicatos, associações, organizações de direitos humanos, personalidades, a militância do partido e, em geral, a todos argelinos e argelinas que apoiaram a campanha pela libertação de Luísa Hanune.
O PT envia igualmente sua saudação às organizações do movimento operário, aos partidos democráticos e organizações de direitos humanos de todo o mundo que desenvolveram a campanha de exigência democrática de libertação de Luísa Hanune (...).
Como declarou Luisa Hanune após sua saída da prisão, ‘a alegría de recuperar a liberdade não será completa até a libertação de todos os presos políticos e de opinião’.