Escrito por: Érica Aragão e Rafael Silva
Na manhã desta segunda-feira (27) o Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte (MG), foi tomado por trabalhadores e trabalhadoras de todo país para participar da 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT,
Depois de ouvir os trabalhadores e as trabalhadoras em etapas local, estadual e regional, e de discutir temas, como o Futuro do Trabalho, Luta por Direitos e Transição Justa, 500 delegados e delegadas foram escolhidos para representar a base na etapa nacional com o objetivo de, juntos, construir um Plano Nacional de Formação (PNF) para o próximo período.
São professores, municipais, trabalhadores da telecomunicações, bancários, metalúrgicos, trabalhadores e trabalhadoras rurais, servidores, petroleiros, vigilantes, trabalhadores do ramo da previdência e da saúde, entre outras categorias de todas as regiões do país, que chegaram cheio de expectativas para a 4ª Conferência Nacional de Formação.
“Espero sair daqui com uma proposta de Formação que fortaleça o movimento sindical no Rio Grande do Norte para que ninguém solte a mão de ninguém e juntos enfrentarmos este governo fascista que só pensa em empresários e que quer tirar direito do trabalhador”, disse a professora Socorro Freitas.
Segundo ela, o que não vai faltar é disposição de luta para voltar ao seu Estado e colocar em prática o que for discutido na Conferência.
“A minha bagagem tá cheia de garra, coragem e disposição de luta para ajudar a construir um mundo melhor e mais justo e a formação é essencial para este momento que vivemos. Cada um dá um pouco de si e juntos a gente se fortalece”, concluiu Socorro, que estava esperando para se credenciar para a atividade.
Antes da abertura oficial da 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT, os delegados e delegadas se credenciaram para a atividade, se hospedaram, tomaram o café da manhã e reencontraram amigos e amigas de diversas regiões do país. Um grupo de artistas colaborou com a recepção do público com músicas e brincadeiras.
A trabalhadora de telecomunicações do Rio de Janeiro, Vania Migueiz, disse que a expectativa é que seja construído uma PNF que dialogue para fora do movimento sindical e que a CUT possa ampliar sua base.
“Na minha categoria a rotatividade entre jovens é grande. Hoje a gente filia 10 no sindicato e amanhã 15 se desligam do trabalho. Precisamos ter formação de base contínua e uma sindicalização permanente e muito diálogo com a sociedade em geral para fortalecer a luta de classe que estamos vivendo”, disse Vania.
A trabalhadora rural do Pará, Teresinha Gonçalvez, disse que é preciso pensar num Plano de Formação que atenda as diversidades do país.
“A região norte é muito carente e precisamos muitas vezes atravessar rios para chegar perto dos trabalhadores e das trabalhadoras. É uma região com muitos ribeirinhas, muito feminicidio e também muitos assassinatos de lideranças sindicais que lutam por terra e precisamos trabalhar a formação especifica para área. As nossas trabalhadoras estão morrendo e precisamos mantê-las vivas”, disse Teresinha emocionada.
A professora, Claudia Correa, que também é do Pará, trouxe na bagagem uma proposta de financiamento sindical e de formação.
“A gente precisa sair daqui com um outro jeito de arrecadação, porque Bolsonaro e os seus capagangas querem acabar com o movimento sindical aniquilando as formas de financiamento e a gente precisa continuar a luta.”, disse a paraense.
“É preciso também uma boa formação na Negociação Coletiva porque os patrões querem nos tirar direitos e a gente precisa falar a mesma língua e estarmos fortes para enfrenta-los e manter nossos direitos”, concluiu a professora do Pará.
José Coutinho é do ramo dos previdenciários de Salvador, na Bahia. Ele espera que o encontro aponte caminhos para o enfrentamento à tentativa de criminalização do movimento sindical. “Nesse momento difícil, a 4 Conferência é importante para traçar um plano de lutas e de organização para uma nova reformulação de organização sindical, visto que o atual governo tenta destruir esse movimento dos trabalhadores”
A bandeira Lula Livre também é destaque na 4ª Conferência Nacional de Formação da CUT.
“Estamos nesse trem, nessa Maria fumaça linda, trazendo a experiência das lutas que temos feito no Paraná, da luta sindical, da construção da greve e das manifestações. Também trazemos a nossa vigília Lula livre, pois temos um presidente inocente preso que, certamente, seria o presidente do Brasil se estivesse solto”, diz a vigilante e delegada do Paraná, Regina Cruz.