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Documentário sobre a fundação da CUT será lançado nesta terça (21) em Brasília

Filme traz entrevistas com personalidades que ajudaram a escrever a história do país ao fundar a maior central sindical da América Latina. Lançamento será no Sindicato dos Bancários de Brasília

Publicado: 16 Maio, 2024 - 11h51 | Última modificação: 21 Maio, 2024 - 13h21

Escrito por: André Accarini

Reprodução
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‘A história contada por quem a faz’ é o fio condutor de um documentário produzido pela CUT em parceira com a Fundação Perseu Abramo e pelo Instituto Lavoro, que conta a criação da Central Única dos Trabalhadores, no início da década de 1980, tempo em que a classe trabalhadora e o sindicalismo se fortaleciam no país na luta por direitos, melhores salários e democracia. A época ainda era de um Brasil governado pela ditadura militar que, anos mais tarde, em 1985, e com forte influência da CUT, chegaria ao seu fim.

O projeto, que resultou no livro e no documentário, foi idealizado pela ex-assessora de Relações Internacionais da CUT, a socióloga Maria Silvia Portella. Também fizeram parte da esquipe do projeto o pesquisador Cláudio Nascimento; o sociólogo e Professor da USP e pesquisador do CNPq, Iram Jácome Rodrigues; o doutor em História Social do Trabalho e assessor da CUT-RS, João Marcelo Pereira Santos; e a psicóloga e assessora da CUT Nacional, Sandra Oliveira Cordeiro.

Com direção de Celso Gonçalves, o filme será lançado nesta terça-feira, 21 de maio, no auditório do Sindicato dos Bancários de Brasília, no Distrito federal, às 19h. Após a exibição o filme estará disponível do Youtube da CUT 

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“O documentário é um registro histórico de um dos momentos mais importantes para o país, um momento em que a classe trabalhadora dava um passo gigante na construção de uma entidade sindical que passou a representar todo o conjunto da classe trabalhadora. Isso não é pouca coisa”, diz a secretaria de Comunicação da CUT, Maria Aparecida Faria.

Ela ressalta a grandeza da produção por retratar o que foi o início de uma história de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores que, ao longo dos anos seguintes, trouxe transformações significativas não somente para a classe trabalhadora, mas para a sociedade como um todo, dada a atuação política da CUT.

“O documentário valoriza aqueles que foram os responsáveis por nós, hoje, podermos lutar pelos trabalhadores. Aquela geração é a nossa base, a nossa referência. Devemos muito a eles”, pontua Maria Faria.

Lançamento

O evento de lançamento contará com participação de personalidades que ajudaram a construir a história e que são personagens da obra como o próprio ex-presidente da CUT, Jair Meneghelli.

O ex-presidente da CUT disse, em entrevista ao Portal da CUT, que o documentário cumpre com a importante missão de registrar a história não apenas do movimento sindical cutista, mas também a história do país e que, portanto, foi um momento importante para a classe trabalhadora.

“É contar um trecho da história do Brasil.  Além dos movimentos anteriores à criação da Central. As greves e outras mobilizações foram resultando na necessidade de criação de uma central. E a nossa, a CUT, já começou lutando pela democracia, pela redução da jornada de trabalho. Participamos do impeachment do Collor [ex-presidente da República], ou seja, estivemos em todos os movimentos em que havia necessidade de organizar a população, de defender os direitos”, disse Meneghelli.

“Estávamos lá, fosse um movimento salarial ou um movimento político. Sindicato não é apenas para reivindicar salário, mas direitos da classe como um todo”, pontua o ex-sindicalista.

Conteúdo formativo

Para o ex-presidente da CUT, o livro e o documentário também servem como material de formação para a nova geração de dirigentes porque mostra como se deu o processo de organização sindical, a participação na vida política do país e a relação com os movimentos sociais. “A nova geração precisa conhecer como se deu a criação da CUT para reforçar a sua atuação” diz.

O secretário de Economia Solidária da CUT, Admirson ‘Greg’ Medeiros que, à época da produção do material, era secretário e Comunicação da Central também ressalta a importância história do documentário. “O filme conta como foi a participação de diversos atores como a sociedade, a igreja, políticos, e os próprios trabalhadores, por isso, serve para a geração atual de sindicalistas pensar para onde a CUT deve seguir”, diz.

Conteúdo histórico

Intitulado “A geração que criou a CUT” o documentário é resultado de um livro lançando em 2023, escrito a partir de 30 entrevistas com lideranças sindicais que participaram do processo de criação da Central. Elaborada durante o período de pandemia por um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Iram Jácome Rodrigues, sociólogo e professor da USP, a obra foi produzida com entrevistas em vídeo, o que facilitou a transformação em filme.

Ilustrado com imagens históricas, o documentário começa com um trecho de um discurso histórico de Lula, no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, em 1979, quando foi deflagrada uma greve geral dos metalúrgicos.

Entre os entrevistados está o primeiro presidente, Jair Meneghelli, metalúrgico do ABC, que relembra o desafio de realizar o primeiro Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), no antigo estúdio Vera Cruz, em 1983, com mais de cinco mil sindicalistas de todos os cantos do país, das mais diversas categorias formadas por trabalhadores da cidade e do campo.

Outros depoimentos pincelam a história com passagens importantes que motivaram a criação da CUT. Trabalhador rural da região Norte do Brasil, também um dos fundadores da Central, Avelino Ganzer, que faleceu em dezembro de 2023, conta a fundação sob a ótica dos efeitos da opressão do regime militar.

Hoje senador da república, Paulo Paim (PT-RS), diz no documentário que a época era um momento em que a classe trabalhadora almejava a participação na política do país e na construção tanto da democracia como de uma nova Constituição, o que ocorreu em 1988.

Propósito

Não apenas contar e documentar a história da criação da maior central sindical da América Latina, mas também servir como subsídio para o debate atual sobre os rumos do sindicalismo brasileiro. Este são os propósitos tanto do livro quanto do documentário.

Trata-se de resgatar a história e preservar a memória sindical da ‘geração CUT’, cuja participação na redemocratização do país e na conquista de direitos e organização são fatos que fazem parte da história não apenas da classe trabalhadora, mas também da história política e social do Brasil.

Elenco

As lideranças sindicais que fazem parte do projeto vêm, de diversas partes do país e de diversas categorias, cada uma dela, contanto passagens que ajudam a compor o cenário da criação da CUT. São elas:

  1. Ana Lúcia Da Silva
  2. Antônio Carlos Portela De Castro
  3. Avelino Ganzer
  4. Armando Rollemberg
  5. Cyro Garcia
  6. D. Angélico Sândalo Bernardino
  7. Delúbio Soares
  8. Edson Campos
  9. Enid Diva Marx Backes
  10. Francisco Urbano
  11. Gilberto Carvalho
  12. Gilmar Carneiro
  13. Jacy Afonso
  14. Jair Meneguelli
  15. Jairo Carneiro
  16. João Paulo Lima E Silva
  17. João Paulo Pires De Vasconcelos
  18. José Pedro Da Silva
  19. Júlio Turra
  20. Luiz Azevedo
  21. Maira Aparecida Rodrigues De Miranda
  22. Maira Eunice Dias Wolf
  23. Miguel Rossetto
  24. Olívio Dutra
  25. Osvaldo Bargas
  26. Paulo Paim
  27. Paulo Skromov
  28. Pery Falcon
  29. Rosiver Pavan
  30. Sebastião Neto

 

Ficha técnica

Equipe do projeto

  • Cláudio Nascimento – educador social, pesquisador e escritor
  • Iram Jácome Rodrigues - sociólogo e Prof. Livre-docente sênior do PPGS-USP e pesquisador do CNPq.
  • João Marcelo Pereira Santos – doutor em História Social do Trabalho e assessor da CUT/RS
  • Maria Silvia Portela de Castro – mestre em ciências sociais e ex-assessoria da CUT Nacional
  • Sandra Oliveira Cordeiro – psicóloga e assessora da CUT Nacional

 

Equipe do documentário

  • Direção - Celso Gonçalves
  • Produção - Marcos Dascânio
  • Trilha sonora - DJ Patroniq
  • Pesquisa iconográfica - Marcos Dascânio

 

Realização do projeto

CUT Brasil

Fundação Perseu Abramo

Instituto Lavoro