É falácia a justificativa do governo para retirar direitos
Seminário do DIEESE aposta em formação e unidade das Centrais para barrar reformas
Publicado: 09 Fevereiro, 2017 - 11h15 | Última modificação: 09 Fevereiro, 2017 - 20h31
Escrito por: Érica Aragão
O governo e a mídia argumentam que é urgente a Reforma da Previdência, proposta que inclui retirada direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Essa tese caiu por terra definitivamente no “Seminário Reforma da Previdência: desafios e ação sindical”. O evento foi organizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e Centrais Sindicais e realizado nos dias 07 e08 em São Paulo.
Para o economista do DIEESE, Clemente Ganz Lúcio, “a luta é contra aqueles que querem desmobilizar e destruir toda aquela luta em 1988, na conquista da Constituinte”. Para ele, a Reforma da Previdência significa os maiores desmontes institucional e social da nossa história. “Nós temos a certeza que a única chance de nós fazermos o enfrentamento e possibilidade de reverter esse jogo é com nossa unidade. O nosso desafio será ir aos mais de cinco mil municípios mobilizar a classe trabalhadora para esse enfrentamento”, aponta.
"A ideia é que este seminário percorra todos os estados deste país junto com as centrais sindicais", destacou.
Ficou claro nos painéis apresentados no seminário que a classe trabalhadora não pode contar com o Congresso Nacional que tem mais de 400 parlamentares da base do governo. E para a CUT é impensável sentar pra negociar esta reforma imposta pelo governo porque não é uma campanha salarial.
“Na campanha salarial nós apresentamos a nossa pauta e vamos cobrar para o processo de negociação e com mobilização nós podemos garantir muitos ganhos. O que nós temos é uma pauta do GOVERNO, não é da classe trabalhadora. E é uma pauta para TIRAR direitos, para desmontar o Estado brasileiro. Não cabe sentar-se à mesa para negociar retirada de direitos. E quem trair a classe trabalhadora ficará marcado na história da luta de classe”, destacou a Secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa.
“Nós temos que barrar essa reforma, porque derrotaremos também o que está em curso neste país, que é o desmonte do Estado de bem social que foi duramente conquistado”, completa.
Dirigentes sindicais, assessores políticos e especialistas que participaram da atividade saíram convencidos sobre a necessidade de multiplicar as informações para toda a sociedade contrapor a narrativa imposta pela mídia e pelo governo na sociedade.
“O seminário nos proporcionou informações mais profundas sobre a reforma da previdência. Agora é levar para toda a populaçãoe para toda a classe trabalhadora para que se mobilize e evitar o pior. Estamos em guerra. E uma guerra desigual! Se não formos pra rua não vamos vencer esta batalha”, disse a servidora federal de Pernambuco, entidade ligada a CUT, Maria das Graças de Oliveira .
Alexandro Carvalho, dirigente do Sindicato dos metroviários de SP participou do seminário com intuito de obter formação e entender o conjunto da reforma para barrar este retrocesso.
“Foi um seminário didático e muito importante para contrapor a campanha do governo”.Alexandre classifica a reforma muito pior do que imaginava. “É uma mudança que exclui a classe trabalhadora, acaba com o conceito da seguridade social e acaba com a proteção social da classe trabalhadora”.
“Nossa opinião é de que não há outra saída sem uma greve geral, para o país e para isso é determinante a unidade das centrais sindicais”, finalizou Alexandre.
Datas de mobilização chamadas pela CUT
8 de Março – Dia internacional de lutas das Mulheres
15 de Março – Greve Geral da Educação por tempo indeterminado
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