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Eduardo Bolsonaro debocha de tortura sofrida por Míriam Leitão

O filho do presidente Jair Bolsonaro não gostou de um artigo publicado pela colunista sobre as diferenças entre Lula e Bolsonaro. Orlando Silva afirmou que o PC do B abrirá uma representação contra ele

Publicado: 04 Abril, 2022 - 11h55 | Última modificação: 04 Abril, 2022 - 12h10

Escrito por: Redação CUT

Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a atacar a jornalista Míriam Leitão neste domingo (3) em razão de um artigo em que a colunista de O Globo aponta que o ex-presidente Lula (PT) não pode ser igualado ao presidente Jair Bolsona ro (PT) por ter atuado devidamente como um líder democrático. 

Nas redes sociais, o filho do presidente debochou da tortura sofrida pela jornalista, reforçando o caráter fascista do clã Bolsonaro, segundo reportagem de Lucas Rocha, da Revista Fórum, e pode responder no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, diz a RBA. 

"Ainda com pena da cobra", escreveu Eduardo em seu perfil oficial no Twitter. A postagem faz referência à tortura sofrida pro Míriam Leitão durante a ditadura militar. Grávida, a jornalista foi colocada nua em um quarto escuro junto com uma cobra jiboia. 

A postagem repugnante veio após Míriam publicar o artigo "Única via possível é a democracia". " Como escrevi neste espaço em maio de 2021, não há dois extremistas na disputa, mas apenas um, Jair Bolsonaro. Semana passada, novamente, Bolsonaro provou que ele é um perigo para a democracia", disse. 

O comentário do deputado foi repudiado nas redes sociais. 

"Miriam Leitão foi torturada grávida pela ditadura que essa família apoia. O deputado federal por São Paulo faz um comentário nojento e indigno desse. A infâmia está tão normalizada que faz o que faz e não sofre nenhuma punição do conselho de ética. Pessoa baixa. A menção nojenta à cobra é porque a tortura à Miriam, grávida, se deu com o uso de uma jiboia. Se você referenda esse tipo de vagabundagem de um deputado filho de um presidente, você morreu por dentro", escreveu a jornalista Vera Magalhães no Twitter.

"Meu Deus. É até difícil encontrar palavras. Embrulha o estômago mesmo. O deputado decidiu debochar da tortura pela qual Miriam passou durante a ditadura. Na época, ela estava grávida. É aterrador. Minha total solidariedade a @miriamleitao. Que tristeza chegarmos a isso", tuitou a jornalista Renata Agostini, da CNN Brasil. 

"Nojento", reagiu o jornalista Xico Sá.

Na manhã desta segunda-feira (4), o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que seu partido abrirá uma representação no Conselho de Ética da Câmara, segundo a RBA. Consultei o partido e faremos representação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara pelo deboche afrontoso e desumano à tortura sofrida pela jornalista Miriam Leitão. Esse canalha sórdido não ficará impune!”, tuitou.

Ainda hoje, em entrevista à rádio CBN, o parlamentar pediu desculpas à jornalista e disse que o Congresso está “constrangido”. “Quero pedir desculpas à jornalista Miriam Leitão pelo gesto abominável de Eduardo Bolsonaro, que ironizou algo tão bárbaro. A tortura é desumano. Por isso, vamos abrir essa representação, porque esse deputado, cada dia mais, viola o decoro parlamentar. É uma violência que constrange o Parlamento”, disse Orlando Silva.