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Eduardo Leite é o pior governador que o RS já teve, diz nota da CUT e centrais

O legado do governador, que anunciou renúncia ao cargo esta semana, é de ataque aos direitos dos trabalhadores e péssima gestão em temas essenciais como medidas para combater efeitos da estiagem na região

Publicado: 30 Março, 2022 - 11h55 | Última modificação: 30 Março, 2022 - 13h13

Escrito por: CUT-RS

CPERS Sindicato
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O legado do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que vai deixar o cargo nesta quinta-feira (31), é o de um estado destruído e sucateado, com precarização do trabalho, desemprego, e queda brutal na renda dos trabalhadores e trabalhadoras.

É esta a avaliação dos dirigentes da CUT e das demais centrais sindicais gaúchas, que divulgaram nota sobre a saída do tucano do posto.

“Eduardo Leite, o pior governador que o Rio Grande do Sul já teve”, é o título da nota divulgada na noite desta terça-feira (29), depois que o governador anunciou a renúncia ao cargo para disputar a Presidência da República. Como ele não saiu do PSDB, que aprovou por meio de prévias a pré-candidatura do governador de São Paulo, João Doria, os sindicalistas falam em golpe. Para disputar, ele tem de derrubar Doria, aliado ao deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e outros tucanos experts em golpe.

A nota destaca os ataques do governador Leite à classe trabalhadora do estado, entre eles o atraso e parcelamento dos salários de servidores públicos, que sem reajustes estão com os vencimentos congelados há oito anos; o não pagamento do piso do magistério de 2022 para todos e também o achatamento do valor do salário mínimo regional do RS, o menor entre os três estados do Sul do Brasil. A nota ressalta, ainda a negligência no combate aos efeitos da estiagem, outro legado de Leite.

Confira a íntegra da nota da CUT e demais centrais sindicais do RS

Eduardo Leite, o pior governador que o Rio Grande do Sul já teve

Com a renúncia anunciada, faltando ainda nove meses para o fim do seu mandato, Eduardo Leite (PSDB) entra para a história como o pior governador que o Rio Grande do Sul já teve.

A saída antecipada do governo não surpreende ninguém, pois desde o ano passado priorizou a disputa interna do seu partido para ser candidato a presidente da República. Derrotado nas prévias do PSDB, cogitou até a troca de partido para concorrer.

Mentiroso e sem escrúpulos, ele não cumpriu promessas de campanha e aprofundou a política neoliberal em sintonia com o governo de Jair Bolsonaro (PL) em quem votou no segundo turno das eleições de 2018. Chegou a dizer que “a privatização do Banrisul é inevitável”.

Mesmo favorecido com a manutenção por três anos do tarifaço do ICMS do governo Sartori (MDB) e com a liminar do STF que suspendeu o pagamento da dívida do Estado com a União, Leite atrasou e parcelou salários de servidores públicos por quase dois anos.

No entanto, os salários permanecem congelados. Em 2022, diante da obrigação do pagamento do piso do magistério, ele mentiu de que estaria pagando o reajuste de 32% para todos. A maioria dos professores recebeu índices menores e muitos nada ganharam, assim como os funcionários de escolas, diante do desmonte do quadro de carreira dos educadores. 

Com o achamento salarial e a carência de investimentos em saúde, educação e políticas públicas, Leite comemorou em 2021 um superávit de R$ 2,55 bilhões, em plena pandemia, que já tirou a vida de quase 39 mil gaúchos e gaúchas. Enquanto isso, faltaram testagens e vacinas para todos, além de atendimento permanente às vítimas da Covid-19. O IPE Saúde está às portas da falência.

Com maioria folgada na Assembleia Legislativa, Leite obteve a adesão submissa do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do governo federal, que impede novas contratações, reposição de perdas salariais e atendimento digno para a população, comprometendo o futuro do povo gaúcho.

O governo conseguiu a aprovação do fim do plebiscito para a privatização de estatais, rasgando a Constituição Estadual. A CEEE-Distribuidora, a CEEE-Transmissora e a Sulgás já foram entregues para poderosos grupos econômicos. Com o apoio de vários prefeitos, os trabalhadores da Corsan resistem para barrar a entrega da água para a sede de lucro da iniciativa privada.

Com o reajuste zero em 2020 e ainda sem aumento em 2022, o piso regional do RS é o menor entre os três estados do Sul do Brasil, tirando renda de trabalhadores e trabalhadoras para favorecer o lucro das empresas, enquanto aumenta a fome, a pobreza e a miséria no Estado.

Leite ainda negligenciou o combate aos efeitos da estiagem, a exemplo de Bolsonaro. Ambos estão mais focados em atender as demandas do agronegócio, como a liberação de agrotóxicos banidos nos países de origem, ao invés de cuidar da agricultura familiar, que produz 70% dos alimentos consumidos pelo povo brasileiro.

O governador deixa para trás um estado destruído e sucateado diante da precarização do trabalho, do desemprego, das privatizações e da terceirização dos serviços públicos, enquanto ele parte para golpear a decisão das prévias do PSDB e virar candidato a presidente.

É preciso continuar resistindo, combater as políticas neoliberais, denunciar os parlamentares que votam a favor de projetos contra o povo e reconstruir o Estado para trazer o Rio Grande do Sul e o Brasil de volta para a classe trabalhadora.

Porto Alegre, 29 de março de 2022.

CUT – Central Única dos Trabalhadores 

CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil 

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Pública - Central do Servidor

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