Escrito por: CUT-PE
Projeto do governo estadual deixa de fora mais de 52 mil servidores, entre professores, analistas e administrativos, efetivos e aposentados do reajuste do piso
Os trabalhadores e trabalhadoras em educação de Pernambuco fazem nova manifestação nesta quinta-feira (25), em defesa do piso nacional para toda a categoria. Isto porque no PL nº 712/2023 o governo estadual promove a divisão da categoria, oferecendo a atualização do Piso do Magistério apenas para 32% dos servidores da Secretaria de Educação, deixando de fora mais de 52 mil servidores, entre professores, analistas e administrativos, efetivos e aposentados. Outra crítica dos trabalhadores é que o texto do PL 712/2023 enviado para a Assembleia Legislativa atropelou as negociações entre sindicato e o governo.
A paralisação teve início às 10h em escolas de ensino regular (um turno). A partir do meio dia será em escolas de ensino integral (dois turnos). O intuito é o de garantir a merenda e o almoço dos estudantes. Após a refeição, os professores, analistas e administrativos farão panfletagem no entorno das escolas com a Carta à Comunidade Escolar. Foram impressas um milhão de cópias.
A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano, reforçou a convocação também para as próximas paralisações marcadas para o os dias 2 e 6 de junho.
“Dia de paralisação não é para ficar em casa, é para ir para as ruas. Precisamos mobilizar os pais, mães, estudantes e toda comunidade escolar, pois é preciso que todos saibam do que a governadora está fazendo com a educação de Pernambuco. É preciso conscientizar a população de que, sem valorização profissional, não se tem educação de qualidade”, afirmou.
Categoria unida
Dois mil trabalhadores e trabalhadoras em educação de Pernambuco demonstraram mais uma vez a força de sua mobilização, realizando uma Assembleia Geral e uma passeata em direção Palácio do Campos das Princesas, em Recife, onde foram recebidos pela Casa Civil do governo estadual, na última terça-feira (23).
No entanto, Ivete Caetano avaliou como decepcionante a reunião com o governo. “Fomos recebidos por técnicos que apenas confirmaram os dados que trouxemos, mas nenhum deles têm poder político de decisão. Os dados estão aí, o governo sabe que temos ciência dos números, falta vontade política”, explicou.
Apoios
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto (PSDB), participou da assembleia e garantiu que o Sindicato e os trabalhadores em educação têm portas aberturas no Poder Legislativo Estadual para apresentar argumentos contrários ao Projeto de Lei Complementar 712/2023, que oferece o reajuste do Piso do Magistério para uma pequena parcela da categoria.
“As portas estão abertas para todos os professores e para todas as classes aqui em Pernambuco. Tenham certeza que vocês podem contar com o apoio da Assembleia. Não vai ser votado nada hoje (23), apenas hoje foi distribuído ( PL 712/2023) e a gente, tenham certeza, estamos ao lado de vocês e a Casa de todos os pernambucanos está aberta para todos”, disse Álvaro Porto.
Na audiência pública ocorrida na segunda-feira (22), sobre o Piso do Magistério que lotou o auditório da Assembleia Legislativa, 15 deputados e deputadas compareceram. Desses, 10 discursaram e defenderam que o Projeto de Lei seja revisto pelo governo e que a urgência da tramitação seja retirada.